Paris trocou a ousadia e a grandiosidade da abertura por uma cerimônia de encerramento mal costurada, que oscilou entre o protocolar e o confuso.
O receio de uma polêmica semelhante à da festa inaugural, em que as referências à diversidade obrigaram o comitê organizador a negar a intenção de provocar, parece ter impactado o conteúdo do espetáculo no Stade de France, bem mais controlado e morno. O adjetivo serve inclusive para a aguardada participação do ator americano Tom Cruise.
Continua depois da Publicidade
O Brasil terminou a edição de 2024 com três medalhas de ouro, sete de prata e 10 de bronze, na 20ª colocação do quadro de medalhas, que foi liderado mais uma vez pelos Estados Unidos. Personagem e fio condutor da cerimônia, o viajante dourado virou alvo dos memes na internet.
O Stade de France, que recebeu as disputas do atletismo e do rugby, foi o palco principal da cerimônia de encerramento dos Jogos, que foi um verdadeiro show à parte com muitas luzes, música e o “mundo” no centro da festa.
A apresentação começou com uma retrospectiva da cerimônia de abertura no Rio Sena, com imagens sendo reproduzidas no telão do estádio. Então, uma apresentação da do Jardim das Tuileries da cantora Zaho de Sagazan e do coral da Escola Haendel-Hendry praça onde o balão que está com a pira olímpica ficou acesa em Paris. Então, aparece León Marchand, o “Phelps francês” que conquistou 4 medalhas de ouro na natação, pega a lanterna antiga.
Com uma saudação ao presidente do país Emmanuel Macron e ao “chefão” do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, o hino francês, a Marselhesa, é entoada pela cantora Maitrise de Fontainebleau, acompanhada da orquestra Divertimento, da maestra Zahia Ziouani.
Ana Patrícia, Duda e atletas do mundo inteiro
Depois desses protocolos iniciais, chegou a vez dos atletas entrarem na festa. Primeiro, os porta-bandeiras de cada delegação, sozinhos, e, por outra entrada, todos os outros competidores, agrupados por seus países. No caso do Brasil, as campeãs olímpicas, Ana Patrícia e Duda, tiveram essa honra. Lembrando que na cerimônia de abertura os escolhidos foram Isaquias Queiroz e Raquel Kochhann.
Após o campo do State de France ser preenchido por atletas do mundo inteiro, três ganham um destaque. As medalhistas olímpicas da maratona feminina sobem no pódio e recebem seus prêmios. Essa é a primeira vez na história dos Jogos Olímpicos que a prova das mulheres abre o último dia de competições. Essa troca foi feita justamente para valorizar a presença feminina nas Olimpíadas, uma vez que Paris-2024 se tornou a primeira edição a oferecer o mesmo número de vagas para homens e mulheres.
Então, outra novidade ganhou destaque na cerimônia de encerramento. Um vídeo com o melhor da “Maratona para Todos”, que foi uma prova de corrida de rua aberta para amadores no mesmo percurso da prova olímpica. Foram mais de 20 mil participantes que correram pelas ruas de Paris na noite de sábado (10).
Após mais um momento protocolar, com a apresentação dos novos membros da comissão de atletas do COI e um agradecimento aos voluntários, o grande show da cerimônia de encerramento começa.
Viajante dourado e o ápice da cerimônia
Um “viajante” dourado aterrissa no “planeta” em um verdadeiro espetáculo de luzes e trilha sonora. O hino da Grécia é entoado e a plateia, com pulseiras “à la Coldplay”, forma figuras gregas através da luz, com uma narração que conta a criação dos Jogos Olímpicos Modernos. Desta vez, dezenas de personagens descem pelos ares e também pelo solo e começam a revelar anéis que estavam sob o mapa.
Então, o ápice da apresentação. Um piano de cauda é erguido no ar e o pianista Alain Roche toca o “Hino de Apolo” no ar, acompanhado pelo cantor de ópera Benjamin Bernheim. Após essa apresentação, os anéis olímpicos são suspensos em cima do planisfério.
Depois, enquanto um vídeo rodava os destaques das Olimpíadas de Paris, os atletas, que estavam no campo, subiram no palco. No entanto, logo depois que quase todos os “continentes” estavam tomados pelos competidores, o locutor pediu para que os atletas descessem de volta para os oceanos. palcos. Uma verdadeira confusão.
Mesmo com muitos competidores ainda em cima dos palcos, surge no centro dele a banda francesa Phoenix, que começa uma festa com diversos artistas.
Depois de um discurso do presidente do COI, a cerimônia de encerramento vira uma apresentação de transição, já passando o centro das atenções do mundo olímpico para Los Angeles, nos Estados Unidos.
A cidade de LA será a sede da próxima Olimpíada, em 2028, e para celebrar esse novo ciclo, a cantora americana H.E.R., que nasceu na Califórnia, cantou o hino nacional dos EUA, que teve a sua bandeira hasteada no estádio. Neste mesmo momento, o palco da cerimônia contou com a presença ilustre de Simone Biles.
Em seguida a cerimônia teve um de seus pontos mais altos. O astro de Hollywood Tom Cruise apareceu no teto do estádio e, segurado por cabos, viveu um momento “Missão Impossível”, descendo até o campo e depois subindo em uma moto, que deu sequência a um vídeo que apareceu nos telões.
“Aedes Aegypti dourado”: cerimônia e memes
A banda norte-americana Red Hot Chilli Peppers também participou da cerimônia – e mesmo que de maneira remota. Com um palco montado nas praias de Los Angeles, os integrantes fizeram um show e tocaram “Can’t Stop”, um de seus principais hits. Billie Eilish também se apresentou na sequência.
Para encerrar a festa, Snoop Dogg, figura presente nas Olimpíadas de Paris, também participou da cerimônia de encerramento no palco em LA. E entoou o seu hit “Drop It Like It’s Hot”.
Em seguida, Thomas Bach, ao lado de outros convidados, apagaram a chama olímpica que foi acesa especialmente para os Jogos de Paris. E depois foi feita a apresentação dos atletas paralímpicos da França que entrarão em ação dos dias 28 de agosto a 8 de setembro.
A festa foi oficialmente encerrada pela cantora francesa Yseult, que interpretou a canção “My Way”, imortalizada na voz de Frank Sinatra. Até que uma nova queima de fogos encerrou oficialmente a cerimônia.