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Internacional

América do Sul

Após 3 dias fechada, Venezuela reabre fronteira com Brasil

A fronteira estava fechada desde sexta-feira (10). A linha de fronteira separa Santa Elena de Uairén, no território venezuelano, e Pacaraima, no lado brasileiro.


Na manhã desta segunda-feira (13), a Venezuela reabriu a fronteira com o Brasil, retirando os soldados da Guarda Nacional Bolivariana que estavam posicionados nas proximidades do Monumento às Bandeiras, símbolo das relações entre os dois países.

A fronteira estava fechada desde sexta-feira (10), coincidentemente o dia em que Nicolás Maduro assumiu o terceiro mandato como presidente da Venezuela. Durante o bloqueio, apenas pedestres podiam atravessar, situação que gerou críticas do senador Dr. Hiran (Progressistas-RR), que cobrou uma posição do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

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Fronteira Brasil/Venezuela fechada na sexta-feira (10) – Foto: Reprodução

Maduro enfrenta intensas pressões da oposição interna e da comunidade internacional, em um contexto de críticas ao regime chavista, que já controla o país há 26 anos. Seu novo mandato está previsto para durar até 10 de janeiro de 2031.

Enquanto o governo brasileiro condenou os recentes casos de prisões, ameaças e perseguições a opositores políticos na Venezuela, também reconheceu avanços positivos. Entre eles, estão a libertação de 1,5 mil detidos e a reabertura do Escritório do Alto Comissário de Direitos Humanos da ONU em Caracas, medidas vistas como “gestos de distensão” por parte do regime de Maduro.

Maduro sugere usar “tropas do Brasil” para “libertar” Porto Rico

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda), sugeriu no sábado (11-01) usar “tropas brasileiras” para conquistar a “liberdade de Porto Rico”, ilha localizada no Caribe sob o controle dos Estados Unidos. “Assim como no norte eles têm uma agenda de colonização, temos uma agenda de libertação.

A agenda foi escrita por Simón Bolívar. Está pendente a liberdade de Porto Rico, e nós vamos conquistá-la, Breno. Com as tropas do Brasil. E Abreu de Lima na frente. Batalhão Abreu de Lima para libertar Porto Rico, o que acha?”, afirmou Maduro.

Durante sua fala, Maduro cita alguém chamado Breno. Em seguida, sugere o uso de “tropas do Brasil”. É possível interpretar que a menção aos brasileiros tenha sido motivada pela relação que o chavista tem com essa pessoa chamada Breno e que tudo não passou de uma piada.

Já o Batalhão General Abreu e Lima faz parte da Polícia Militar de Pernambuco. A atual governadora de Porto Rico, Jenniffer González-Colón, já se manifestou contra Maduro. Após as eleições no país, disse que “Edmundo González é o presidente eleito da Venezuela” e que apoia “María Corina e o corajoso povo venezuelano”.

O presidente reeleito da Venezuela, Nicolás Maduro, na televisão estatal em 7 de janeiro – Foto: Reprodução

Venezuela sob Maduro

A Venezuela vive sob uma autocracia chefiada por Nicolás Maduro, 62 anos. Não há liberdade de imprensa. Pessoas podem ser presas por “crimes políticos”.

Maduro nega que o país viva sob uma ditadura. Diz que há eleições regulares e que a oposição simplesmente não consegue vencer.

As eleições presidenciais realizadas em 28 de julho de 2024 são contestadas por parte da comunidade internacional. A principal líder da oposição, María Corina, foi impedida em junho de 2023 de ocupar cargos públicos por 15 anos. O Supremo venezuelano confirmou a decisão em janeiro de 2024. Alegou “irregularidades administrativas” que teriam sido cometidas quando era deputada, de 2011 a 2014, e por “trama de corrupção” por apoiar Juan Guaidó.

Corina indicou a aliada Corina Yoris para concorrer. No entanto, Yoris não conseguiu formalizar a candidatura por causa de uma suposta falha no sistema eleitoral. O diplomata Edmundo González assumiu o papel de ser o principal candidato de oposição.

O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, controlado pelo governo, anunciou em 28 de julho de 2024 a vitória de Maduro. O órgão confirmou o resultado em 2 de agosto de 2024, mas não divulgou os boletins de urnas. O Tribunal Supremo de Justiça venezuelano, controlado pelo atual regime, disse em 22 de agosto de 2024 que os boletins não serão divulgados.

Os resultados têm sido seguidamente contestados pela União Europeia e por vários países individualmente, como Estados Unidos, México, Argentina, Costa Rica, Chile, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai. O Brasil não reconheceu até agora a eleição de Maduro em 2024, mas tampouco faz cobranças mais duras como outros países que apontam fraude no processo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a dizer não ter visto nada de anormal no pleito do país.