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Brasil

Rio Grande do Sul

Governo federal decreta estado de calamidade após barragem romper no RS

Governo do RS confirma 29 mortes e 60 desaparecidos em temporal; 154 cidades foram afetadas. Atualização foi divulgada pelo governador Eduardo Leite (PSDB) na noite desta quinta-feira (2).


O governo do Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade pública em todo o estado por causa das fortes chuvas que atingem o estado desde 26 de abril (sexta-feira)

Assinado pelo governador Eduardo Leite, o decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial do estado na noite desta quarta-feira (1º). A medida estabelece que os órgãos e entidades da administração pública “prestarão apoio à população nas áreas afetadas” por “eventos climáticos como chuvas intensas, alagamentos, granizo, inundações, enxurradas e vendavais”, causando “danos humanos, com a perda de vidas, e danos materiais e ambientais, como a destruição de moradias, estradas e pontes”, além de comprometer o funcionamento de instituições públicas.

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O decreto é válido por 180 dias e não impede que o governo estadual reconheça (homologue) decretos de calamidade pública declarados pelas prefeituras. Até o momento, 134 municípios já reportaram prejuízos e danos à infraestrutura decorrentes de alagamentos, transbordamento de rios, deslizamentos ou outras consequências das chuvas e da cheia de rios.

Eduardo Leite, confirmou que 29 pessoas morreram e 60 constam oficialmente como desaparecidas em meio às fortes chuvas que atingem o Estado. Em uma transmissão ao vivo nesta quinta-feira, 2, Leite reiterou que trata-se do ‘pior episódio climático’ do Rio Grande do Sul.

Por volta das 19h, Leite confirmou a quantidade oficial de vítimas e desaparecidos e lamentou que os números podem aumentar durante a crise, prevista para durar, pelo menos, até o próximo sábado, 4. A região serrana, assim como o Norte do RS, tem previsão de 200 milímetros de chuva no período.

A Defesa Civil emitiu alerta, também, para a previsão de chuvas intensas com alagamentos, ventos fortes, descargas elétricas e risco de granizo na região até às 10h da próxima sexta-feira, 3. Ao todo, até o momento, 154 cidades gaúchas foram afetadas pelo temporal.

O governador destacou que há situação de emergência nas margens do Rio Caí, onde há uma barragem da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), além das regiões do Rio Taquari, em Bento Gonçalves e Pinto Bandeira, onde outra barragem também é monitorada pelo governo Estadual.

O governo do Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade pública em todo o estado por causa das fortes chuvas que atingem o estado desde 26 de abril (sexta-feira). – Foto: reprodução

Eduardo Leite também reiterou o monitoramento na bacia hidrográfica do Guaíba, em especial na região de Porto Alegre. Segundo o governo, há previsão do aumento do nível da água para até 5 metros de altura. Atualmente, o Guaíba está em 3,36 metros. “É uma elevação que nunca vimos”.

O governador informou que conta com helicópteros com equipamentos capazes de atuar à noite na região do Rio Taquari, onde a situação é mais crítica. As localidades, segundo Eduardo Leite, são monitoradas por georeferenciamento e dividadas por necessidades.

O coordenador da Defesa Civil do Estado, coronel Luciano Boeira, afirmou que ao menos 4,6 mil pessoas já foram resgatadas pelos órgãos de resposta do Rio Grande do Sul durante o temporal. Atuam nos trabalhos de resgate, também, grupamentos do Corpo de Bombeiros de outros Estados, a Força Aérea Brasileira e o Exército brasileiro.

A orientação para a população afetada pelo temporal é buscar informações junto aos canais da Defesa Civil, nas redes sociais ou pelo telefone de emergência 193. O Governo do RS pede, também, a doação de itens de higiene e limpeza, agasalhos e roupas íntimas, roupas de cama, colchões, travesseiros e cobertores, além de móveis e eletrodomésticos.

Cenário de guerra

Em entrevista coletiva na quarta-feira, 1º, Eduardo Leite afirmou que a destruição causada pelas chuvas deve resultar no “maior desastre da história” gaúcha em termos de prejuízo material.

“Nós não teremos capacidade de fazer todos os resgates”, afirmou o político. “Será o maior desastre que o nosso Estado já tenha enfrentado. Infelizmente maior do que o que nós assistimos no ano passado”, acrescentou ele.

Nas redes sociais, o governador ainda comparou a situação das chuvas a um cenário de guerra. “Precisamos da participação efetiva e integral das Forças Armadas na coordenação deste momento, que é como o de uma guerra. Não temos um inimigo para ser combatido, mas temos muitos obstáculos”, escreveu.

Vídeo CNN