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Brasil

Solidariedade

Ex-jogador Alexandre Pato quer custear traslado do corpo de Juliana, morta na Indonésia

Atleta já teria conseguido contato com família da jovem para oferecer suporte que o Itamarati afirma não poder custear.


Diante da omissão do governo Lula, que se recusou a custear o traslado do corpo da brasileira, Juliana Martins, que morreu na Indonésia, Alexandre Pato, ex-jogador de futebol, afirmou que deseja custear o traslado do corpo de Juliana de volta para o Brasil.

A jovem brasileira morreu após cair durante trilha no vulcão Rinjani, na ilha de Lombok, Indonésia. Nesta quarta-feira (25), o Itamaraty declarou que não pode custear o transporte de brasileiros que falecem no exterior. O Ministério das Relações Exteriores afirmou que, embora ofereça apoio consular à família, o translado não está previsto legalmente ou na base orçamentária brasileira.

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“Quero pagar esse valor para que todos tenham paz e para que ela possa descansar ao lado da família”, declarou o ex-jogador ao perfil Alfinetei no Instagram. O portal também informou que Pato já teria conseguido entrar em contato com os familiares de Juliana para viabilizar o transporte. Já a família ainda não se manifestou sobre o caso.

A página nas redes sociais afirmou que equipe do ex-jogador disponibilizou suporte completo nos aspectos financeiros e logísticos necessários para a repatriação.

A notícia chamou a atenção de pessoas nas redes sociais, que aplaudiram a atitude de Alexandre Pato. “Ele é rico e eu tô falando de dinheiro, mas muito mais de empatia e generosidade”, escreveu uma mulher. “Na minha humilde opinião, essa é a verdadeira riqueza!”, escreveu outra.

O acidente que vitimou a brasileira aconteceu durante uma expedição ao vulcão Rinjani, destino turístico na ilha de Lombok. As autoridades indonésias confirmaram que Juliana sofreu uma queda fatal durante o percurso da trilha.

Transporte por “razões humanitárias”

Chamou a atenção o contraste com o que aconteceu no caso da ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia. Em abril de 2025, o governo brasileiro concedeu a ela asilo diplomático por “razões humanitárias”, entregou salvo-conduto e trouxe-a ao Brasil em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) com seu filho menor. A rapidez e o uso de recursos públicos para esse transporte geraram críticas de senadores e deputados, que questionaram a legalidade e o custo da operação.

Nadine se abrigou na Embaixada do Brasil em Lima, no Peru, após ser condenada pela Justiça peruana a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro. O caso envolve a construtora brasileira Odebrecht (atual Novonor) e o governo do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez.

O governo brasileiro concedeu asilo diplomático para a ex-primeira dama do Peru, Nadine Heredia, condenada por corrupção – Foto: Reprodução

Diante desse panorama, pode-se tecer reflexões sobre os critérios adotados pelo Estado brasileiro em casos de tragédias com cidadãos comuns — como Juliana — versus figuras políticas internacionais. Se houvesse de fato o envolvimento de uma figura pública brasileira como Pato — seja para ajudar diretamente os parentes da vítima ou mesmo para chamar a atenção para a causa e pressionar o governo —, seria um ato digno de admiração e um exemplo educativo de solidariedade.

No país, cidadãos comuns muitas vezes se mobilizam por conta própria em busca de justiça, apoio e dignidade — e gestos como esse, mesmo que simbólicos, podem gerar repercussão e pressão positiva.

Por isso, é legítimo valorizar gestos como esse de Alexandre Pato, especialmente diante de uma situação tão dolorosa: Juliana, natural de Niterói, desapareceu no Monte Rinjani em 20 de junho e teve seu falecimento confirmado quatro dias depois. Sua família e admiradores esperavam apoio do governo brasileiro — o Itamaraty enviou equipe de resgate, mas não houve, de fato, auxílio para o traslado do corpo ao Brasil.