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Brasil

Discussão no TCU expõe tensão em julgamento sobre fraudes no INSS

Ministros Walton Alencar e Aroldo Cedraz trocam acusações em sessão sobre descontos indevidos em aposentadorias.


Uma sessão marcada por tensão e troca de acusações entre ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) expôs divergências internas na análise de recursos relacionados aos descontos indevidos em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O caso em questão envolve fraudes e descontos irregulares aplicados sobre os benefícios previdenciários, afetando milhões de aposentados e pensionistas em todo o país.

Durante a votação realizada nesta quarta-feira (7), o ministro Walton Alencar Rodrigues, decano do TCU, questionou publicamente o colega Aroldo Cedraz, relator do caso, sobre o motivo de o processo ter sido incluído e retirado de pauta seis vezes ao longo de um ano.

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“Estou nesta Corte há mais de 30 anos e nunca vi isso acontecer, a não ser em outro processo do ministro Cedraz”, afirmou Walton. “Esse processo demanda uma explicação não só a mim, mas a toda a sociedade brasileira”.

Cedraz, por sua vez, rebateu as declarações, classificando-as como uma tentativa de desmoralizá-lo. “É mais uma mentira para tentar me tirar da relatoria deste processo”, afirmou. O clima de tensão levou o presidente do TCU, Vital do Rêgo, a encerrar a votação, que terminou com a rejeição unânime de todos os recursos apresentados pelas associações de aposentados e pelo próprio INSS.

O julgamento no TCU ocorre em meio ao escândalo envolvendo fraudes no INSS, em que associações de aposentados são acusadas de aplicar descontos não autorizados em benefícios previdenciários. O esquema, que gerou prejuízos bilionários aos segurados, levou à demissão do ex-presidente do INSS e à investigação de diversos dirigentes de associações que ofereciam serviços a aposentados.