O convite foi feito pelo governo israelense, estendido também ao ex-presidente Jair Bolsonaro — que não pôde ir por ter tido o passaporte apreendido pela Polícia Federal, em meio às investigações sobre a tentativa de golpe do 8 de Janeiro. No governo federal o gesto foi lido como provocação.
O encontro marca um aproveitamento político pelo bolsonarismo da crise detonada após o presidente Lula comparar o bombardeio israelense sobre Gaza, que já deixou milhares de mulheres e crianças mortas, ao extermínio dos judeus praticado pela Alemanha nazista de Adolf Hitler. A declaração provocou um tensionamento nas relações entre Brasil e Israel, cujo governo chegou a declarar o petista “persona no grata” no país.
Continua depois da Publicidade
Tarcísio e Caiado não deixaram de capitalizar em cima da crise. O governador goiano escreveu em suas redes sociais que pediu desculpas a Herzog, com quem se encontrou em Jerusalém, “por uma fala infeliz do presidente da República comparando a guerra ao holocausto”. Ele também diz ter conversado sobre “os impactos do conflito (em Gaza), a importância do diálogo e da promoção da paz”.
— Peço desculpas em nome do meu povo, de nós brasileiros, pelas declarações feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, ao desconhecer totalmente a história, fez uma comparação, a mais desastrosa possível, agredindo o povo judeu — disse o goiano a Herzog, de acordo com um vídeo publicado em suas redes sociais.
Caiado voltou a tocar no assunto no encontro com Netanyahu, na parte da tarde. Ele também publicou imagens no memorial criado no terreno onde uma festa rave foi atacada pelo Hamas em 7 de outubro, na data da invasão terrorista.
Já o governador paulista adotou um tom mais comedido, e não mencionou publicamente o episódio com Lula. Disse que tratou com Herzog das “possibilidades de cooperação na agricultura, na inovação, na tecnologia para a segurança pública”. Escreveu em seu perfil no Instagram que agradeceu pelo apoio da comunidade judaica em São Paulo e que externou solidariedade ao povo israelense em razão do conflito.
Fonte: O Globo