Sean “Diddy” Combs foi considerado culpado de duas acusações relacionadas à prostituição, mas absolvido das acusações mais sérias, como tráfico sexual e conspiração para extorsão, após um julgamento federal em Nova York.
O júri, que deliberou por sete semanas, concluiu que o magnata da música hip hop usou sua posição de poder para forçar mulheres a participarem de atividades sexuais em condições degradantes, mas não considerou as alegações de crimes mais graves. Combs foi condenado por deportação para envolvimento com prostituição, com pena de até 10 anos de prisão para cada acusação, mas evitou a pena mínima de 15 anos que enfrentaria se fosse condenado por tráfico sexual.
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Sean “Diddy” Combs é condenado em Nova Iorque – EUA – Foto: Reprodução (X)
O julgamento incluiu testemunhos impactantes, como o de suas ex-namoradas Casandra “Cassie” Ventura e uma segunda mulher identificada apenas como “Jane”, que acusaram o músico de abuso físico e sexual. A defesa de Combs, no entanto, pediu sua liberação sob fiança, mas o juiz responsável pela sentença, Arun Subramanian, negou o pedido, alegando que Combs havia reconhecido a violência contra as vítimas. A sentença será determinada em data futura.
Combs escapou de uma possível sentença de prisão perpétua ao ser absolvido das acusações mais graves, mas ainda enfrenta uma condenação significativa relacionada à prostituição.
Diddy tem pedido de fiança negado e seguirá preso até a sentença final
O rapper e empresário Sean “Diddy” Combs teve o pedido de fiança negado pela Justiça dos Estados Unidos após ser considerado culpado de duas das cinco acusações que enfrentava. O pedido foi apresentado horas após o veredito, nesta quarta-feira (2), e a decisão foi tomada em uma audiência.
As penas para as acusações ainda não foram definidas, mas Diddy pode enfrentar até 20 anos de prisão. O juiz responsável pelo caso propôs uma audiência de sentença para o dia 3 de outubro, mas indicou que a data pode ser antecipada, caso a defesa solicite. Até lá, Diddy permanecerá detido.
Ao justificar a negativa de fiança, o juiz afirmou que o rapper demonstrou “desrespeito pelo Estado de direito e propensão à violência”, lembrando ainda que já havia recusado o pedido de fiança antes do julgamento. O magistrado também mencionou que, durante a defesa, foi admitida a violência do réu em seus relacionamentos pessoais.
“Durante o julgamento, a defesa reconheceu que o réu teve comportamentos violentos em relações passadas, incluindo com Cassie Ventura e Jane”, declarou o juiz.
Veredito e possíveis penas
Diddy foi considerado culpado por dois dos cinco crimes que lhe foram imputados. Ele foi absolvido das acusações de tráfico sexual e conspiração para extorsão, mas foi condenado por transportar mulheres com fins de prostituição.
Aqui estão as acusações e os vereditos:
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Conspiração para extorsão: Absorvido, pena poderia ser prisão perpétua.
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Tráfico sexual por força ou coerção (Cassie Ventura): Absorvido, pena poderia ser de 15 anos a prisão perpétua.
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Transporte com fins de prostituição (Cassie Ventura): Culpado, pena de até 10 anos de prisão.
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Tráfico sexual por força ou coerção (Jane): Absorvido, pena poderia ser prisão perpétua.
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Transporte com fins de prostituição (Jane): Culpado, pena de até 10 anos de prisão.
O juiz Arun Subramanian, que preside o caso, agradeceu ao júri pelo trabalho realizado, enfatizando o sacrifício e a dedicação dos jurados ao longo do processo.
Defesa de Cassie Ventura elogia coragem da cantora
Após o veredito, o advogado de Cassie Ventura, Douglas H. Wigdor, elogiou sua cliente, que passou quatro dias no tribunal prestando depoimento. A cantora relatou momentos de violência durante o relacionamento com Diddy, o que levou a novas acusações e à abertura de um caso federal.
A trajetória de Diddy no tribunal
Diddy foi preso em setembro de 2024 e, desde então, sua imagem pública sofreu um grande golpe. O caso, que começou a ser julgado em maio de 2025, envolveu diversas acusações de abuso, coação e violência. Testemunhas afirmaram que o rapper usou seu império empresarial para manipular e controlar mulheres, forçando algumas a se envolverem em relações sexuais com outros homens para seu prazer pessoal.
Cassie, sua ex-namorada, descreveu agressões físicas, incluindo um episódio em que foi cortada na sobrancelha e agredida com um chute na cabeça. Em seu depoimento, ela também revelou que o rapper a forçou a participar de maratonas sexuais e fez uso de drogas para controlar suas ações.
O veredito e o futuro de Diddy
Apesar de não ter sido completamente inocentado, Diddy comemorou parcialmente o resultado do julgamento, reconhecendo que a condenação por duas acusações é um resultado menos grave do que poderia ter sido. O rapper, que no tribunal usou um suéter amarelo e estava visivelmente abalado, contou com o apoio de sua família durante o processo.
Quem é Diddy?
Sean Diddy Combs, também conhecido como Puff Daddy, é um dos empresários mais influentes da música, dono da Bad Boy Records e responsável por lançar artistas como Usher, Mary J. Blige e The Notorious B.I.G. A sua carreira foi marcada por sua habilidade como produtor e por sua enorme influência na indústria do hip-hop.
Além de rapper, ele também foi um dos maiores executivos do setor, expandindo sua fortuna com empreendimentos em moda e bebidas alcoólicas. No entanto, seu nome se tornou alvo de diversas acusações graves após a denúncia de sua ex-namorada, Cassie, em 2023, que revelou um histórico de abuso e coerção durante o relacionamento.
A sentença final e o futuro de Diddy ainda estão por vir, mas o caso continua a ser um marco significativo na indústria musical e na luta contra abusos no poder.