O tiroteio de quinta-feira (21) na Faculdade de Letras da Universidade Charles gerou cenas frenéticas de estudantes fugindo do ataque que foi o pior tiroteio na República Tcheca em décadas.
Um memorial improvisado com centenas de velas tremeluzia do lado de fora da universidade nesta sexta-feira, enquanto a polícia prosseguia a investigação no centro histórico do campus de Praga.
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O atirador, um estudante de 24 anos, suicidou-se após o ataque, depois de matar 13 pessoas e ferir outras 25.
“Conhecemos todos os 14 mortos e suas identidades. São 13 vítimas do atirador louco e do próprio atirador”, disse o ministro do Interior, Vit Rakusan, à emissora pública Czech TV, revisando para baixo o número anterior de 14 vítimas.
Ele acrescentou que três dos feridos eram estrangeiros. O Ministério das Relações Exteriores da Holanda disse anteriormente que um deles era cidadão holandês.
Todas as vítimas foram mortas dentro do prédio e algumas eram colegas do atirador.
Rakusan havia dito anteriormente que não havia ligação entre o tiroteio e o “terrorismo internacional” e que o estudante agiu por conta própria.

A polícia disse que não havia mais nenhuma ameaça iminente, e vigiam locais selecionados, sinalizando que “estamos aqui” – Foto: EFE
Embora a polícia tenha dito que não havia mais nenhuma ameaça iminente, eles ainda estavam vigiando locais selecionados, incluindo escolas nesta sexta-feira, como medida preventiva e sinalizando que “estamos aqui”.
O governo declarou um dia de luto nacional neste sábado (23), com bandeiras em edifícios oficiais hasteadas a meio mastro e pessoas convidadas a participar do ‘minuto de silêncio’ ao meio-dia.
‘Enorme arsenal’
O atirador, até então desconhecido da polícia, tinha um “enorme arsenal de armas e munições”, disse o chefe de polícia Martin Vondrasek após os assassinatos de quinta-feira.
A polícia iniciou uma busca pelo estudante antes mesmo do tiroteio em massa, depois que seu pai foi encontrado morto na vila de Hostoun, a oeste de Praga.
O atirador “partiu para Praga dizendo que queria se matar”, disse Vondrasek, recusando-se a confirmar se o atirador havia matado seu pai.
A polícia iniciou a busca no prédio da Faculdade de Letras, onde o atirador deveria aparecer para uma palestra, mas ele foi ao prédio principal da faculdade, nas proximidades.
A polícia soube do tiroteio por volta das 14h GMT e enviou uma unidade de resposta rápida ao local. Vinte minutos depois, o atirador estava morto.
Citando uma investigação sobre as atividades do estudante nas redes sociais, Vondrasek disse que o atirador se inspirou em um “caso semelhante que aconteceu na Rússia”, sem fornecer mais detalhes.
Vondrasek disse que a polícia acredita que o mesmo atirador também matou um jovem e sua filha de dois meses em um carrinho de bebê durante uma caminhada em uma floresta na periferia leste de Praga, em 15 de dezembro.
A investigação desses assassinatos, que chocaram Praga, foi interrompida até que evidências encontradas em Hostoun ligassem o atirador ao crime.
‘Sem sentido’
O tiroteio na Universidade Charles, que fica perto de importantes locais turísticos como a Ponte Carlos, do século XIV, foi o mais mortal desde que a República Checa emergiu como um estado independente em 1993.
“Não há justificativa para este ato horrendo”, disse o primeiro-ministro Petr Fiala.
O presidente dos EUA, Joe Biden, enviou suas condolências, criticando o tiroteio “sem sentido”.
A mass shooting at a Prague university left at least 15 people dead, including the gunman, and others seriously wounded, marking the country's worst-ever mass shooting https://t.co/30Ue2JgZkX pic.twitter.com/SfvrojHaqg
— Reuters (@Reuters) December 21, 2023
“Meu coração está com aqueles que perderam suas vidas no tiroteio sem sentido de hoje em Praga, com os feridos e com o povo tcheco”, escreveu ele no X.
“As nossas autoridades estão em contacto com as autoridades checas e estamos prontos para oferecer apoio adicional, se necessário.”
Com informações da AFP