
Turistas se protegem do sol quente com guarda-chuvas durante a primeira onda de calor do verão em Sevilha, sul da Espanha, em 29 de junho de 2025 – Foto: Marcelo del Pozo/Reuters
A Europa continua enfrentando uma onda de calor intensa que promete persistir por mais dias, com temperaturas que devem ultrapassar os 40°C em diversos países. As altas temperaturas já atingiram picos de até 44°C em algumas regiões da Itália, Portugal, França e Espanha, elevando a preocupação sobre os riscos à saúde e à segurança.
França em alerta
Nesta segunda-feira (30), 84 das 95 regiões da França estão em alerta laranja, o segundo nível mais alto, com temperaturas que podem superar os 40°C. A onda de calor deve continuar até pelo menos o meio da semana. A ministra da Transição Ecológica, Agnès Pannier-Runacher, afirmou que as condições são sem precedentes: “Nunca vimos isso antes”.
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Em resposta ao calor extremo, cerca de 200 escolas públicas, de um total de 45 mil, suspenderão atividades parcialmente ou totalmente nos próximos dias, e empresas foram orientadas a proteger seus funcionários.
Recordes na Espanha e Itália
A Espanha registrou no sábado (28) seu recorde histórico de temperatura, com 46°C em Granada, na Andaluzia, superando o recorde anterior de 45,2°C em Sevilha, de 1965. Em Madri, os termômetros marcaram 40°C, com moradores reclamando da incomodidade. “Esse calor não é normal para esta época do ano”, disse Diego Radamés, fotógrafo que vive na capital espanhola.

Pedestres se resfrescam perto da basílica de São Pedro, em Roma – Foto: Tiziana Fabi/AFP
Na Itália, 21 cidades estão em alerta máximo devido ao calor extremo. Milão, Nápoles, Veneza, Florença e Roma enfrentam temperaturas elevadas, com ambulâncias posicionadas nas proximidades de pontos turísticos. O aumento de 10% nos casos de insolação, especialmente entre idosos e pessoas com doenças crônicas, tem preocupado as autoridades.
Impacto no Mar Mediterrâneo e medidas de proteção
O calor também afetou as águas do Mar Mediterrâneo, onde a temperatura da água ultrapassou os 26°C nas Ilhas Baleares, um recorde para esta época do ano. Para proteger a população, várias medidas foram adotadas. Em Veneza, por exemplo, visitas gratuitas são oferecidas para idosos em museus climatizados, e Roma liberou o acesso às piscinas públicas para pessoas acima de 70 anos.
Em Bolonha e Ancona, “refúgios climáticos” e desumidificadores foram instalados para amenizar o sofrimento da população vulnerável.
Mudanças climáticas e consequências futuras
Cientistas alertam que o aumento das ondas de calor, como as observadas nos últimos anos, é uma consequência do aquecimento global. Segundo o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima da ONU), a frequência, intensidade e duração dessas ondas de calor têm aumentado desde 1950 e continuarão a se intensificar com o aquecimento global.
Perigo de incêndios
Em Portugal, as regiões do sul, incluindo a capital Lisboa, estão em alerta vermelho, com o risco de incêndios florestais atingindo níveis máximos. No sábado, bombeiros combatem múltiplos focos na Sicília, Itália. Nas ruas de Lisboa, moradores e turistas enfrentam dificuldades para lidar com o calor extremo, enquanto farmácias relatam aumento de casos de insolação e queimaduras.
As autoridades recomendam que as pessoas fiquem em ambientes frescos e protejam-se do calor intenso, enquanto tentam minimizar os efeitos adversos de uma das ondas de calor mais severas já registradas na Europa.