Celeste Caeiro, conhecida como a “Dama dos Cravos”, faleceu nesta sexta-feira (15) aos 91 anos. Ela se tornou símbolo da Revolução dos Cravos, movimento que pôs fim à ditadura em Portugal, ao distribuir flores aos soldados rebelados em 25 de abril de 1974. O ato simples e espontâneo deu nome à revolução que marcou o início da democracia no país.
Naquele dia, o restaurante onde Celeste trabalhava cancelou a comemoração de seu aniversário por conta da mobilização militar nas ruas de Lisboa. Responsável por levar os cravos que seriam usados na celebração para casa, ela decidiu entregar as flores aos soldados quando um deles lhe pediu um cigarro.
Continua depois da Publicidade
Os militares começaram a enfeitar os canos de seus rifles e tanques com os cravos, chamando atenção de fotógrafos e jornalistas que registraram o momento. As imagens correram o mundo, eternizando o gesto de Celeste como um marco da revolução pacífica que encerrou 40 anos de regime autoritário.
Celeste Caeiro participou este ano das celebrações dos 50 anos da Revolução dos Cravos, que é feriado nacional em Portugal. “O momento mais lindo da nossa democracia não teria sido tão lindo sem Celeste Caeiro. Obrigado por tudo”, escreveu o jornalista Hélio Carvalho em homenagem à sua memória.