O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rebateu neste domingo 18, a declaração do presidente Lula (PT) sobre a gravidade dos ataques das Forças de Defesa israelenses na Faixa de Gaza.
Para Netanyahu, Lula “cruzou uma linha vermelha” ao comparar o conflito com a morte de judeus na ditadura de Hitler na Alemanha nazista.
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“As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves. Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender”, publicou Netanyahu no X (antigo Twitter).
“Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é cruzar uma linha vermelha. Israel luta pela sua defesa e pela garantia do seu futuro até à vitória completa e faz isso ao mesmo tempo que defende o direito internacional”, acrescentou o premiê.
Mais cedo, o ministro de Relações Exteriores, Israel Katz, convocou o embaixador brasileiro em Tel Aviv para uma “dura conversa de repreensão”.
Em janeiro, mais de 10 nações, entre elas os Estados Unidos e a França, interromperam o envio de dinheiro depois que funcionários da organização foram acusados por Israel de ajudar o Hamas a atacar o país em 7 de outubro de 2023. O presidente questionou se a morte de tantos palestinos é “pouco para mexer com o senso humanitário dos dirigentes políticos”. Lula disse: “Ou os dirigentes políticos mudam o seu comportamento com relação ao ser humano, ou o ser humano vai terminar mudando a classe política”.
O presidente disse questionar “o tamanho do coração solidário” e da “consciência política dessa gente” que não vê “que na Faixa de Gaza não está acontecendo uma guerra, mas um genocídio”.
Ao criticar o Conselho de Segurança da ONU, Lula disse que o mundo atravessa um momento de “falta de instância de deliberação” e afirmou que o Brasil segue “solidário com o povo palestino”.
Lula comenta morte de Navalny
O presidente também comentou a morte de Alexei Navalny, principal opositor do presidente russo Vladimir Putin, que morreu aos 47 anos na prisão. Lula afirmou que é preciso aguardar a investigação para saber a causa da morte antes de se manifestar. Segundo o Serviço Penitenciário Federal russo, Navalny morreu na última sexta-feira após sentir-se “mal em uma caminhada, perdendo quase imediatamente a consciência”.
— Eu acho que uma por uma questão de bom senso (não havia me pronunciado). Se a morte está sob suspeita, você tem que primeiro fazer uma investigação para saber do que o cidadão morreu. Vamos acreditar que os médicos legistas vão dizer: o cara morreu disso ou daquilo, para você poder fazer um pré-julgamento. Porque se não você julga agora que foi alguém que mandou matar e não foi e depois você vai pedir desculpas — afirmou Lula, questionado sobre o motivo pelo qual o governo brasileiro não havia se manifestado sobre a morte de Navalny.
O presidente afirmou que não se pode ter pressa para acusar pessoas e comparou com a morte da vereadora Marielle Franco, executada em 2018 no Rio de Janeiro sem que até agora não se saiba mandante do crime, investigado pela Polícia Federal. Em conversa com jornalistas na Etiópia, Lula afirmou ainda que se antecipar a causa da morte seria “banalizar uma acusação”.
— Se não é banalizar uma acusação. eu até compreendo os interesses de quem acusa imediatamente, ‘foi fulano’, mas não é o meu mote. Espero que o legista que vai fazer o exame indique do que o cidadão morreu.
Com informações do Poder 360, O Globo e Carta Capital