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Julgamento de Alec Baldwin anulado por ocultação de provas por parte do Ministério Público

A defesa argumentou que o MP lhe ocultou provas sobre munições que poderiam estar relacionadas com o tiroteio no cenário do filme e que seriam determinantes para o caso. A juíza aceitou a moção da defesa e arquivou o processo a meio do julgamento. Baldwin enfrentava as acusações de homicídio culposo após o disparo que matou Halyna Hutchins no set onde filmavam 'Rust', em 2021.


A juíza do Novo México, Mary Marlowe Sommer, pôs um fim surpreendente ao processo de homicídio involuntário contra o ator Alec Baldwin, arquivando-o e afirmando que não pode ser reaberto.

Baldwin havia sido condenado a 18 meses de prisão por homicídio involuntário, e estava recorrendo. Sommer arquivou o processo com base na má conduta da polícia e do Ministério Público relativamente à retenção de provas perante a defesa no caso do tiroteio de 2021 contra a cineasta Halyna Hutchins. Nascida na Ucrânia em 1979, Hutchins era a diretora de fotografia do filme “Rust”, quando foi baleada no cenário das gravações.

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Segundo a agência Reuters, durante o terceiro dia do julgamento de Baldwin, os advogados do ator disseram que o gabinete do xerife de Santa Fé apreendeu munições reais como parte das evidências, mas não as listou no arquivo de investigação de “Rust”, nem reportou a sua existência aos advogados de defesa.

De acordo com o jornal The Guardian, a juíza teria afirmado que “não há como o tribunal corrigir esse erro” ao declarar sua decisão.

A defesa argumentou que o Ministério Público lhe ocultou provas sobre as munições que poderiam estar relacionadas com o tiroteio no cenário do filme. A defesa afirmou que deveria ter tido a possibilidade prévia de determinar a sua importância.

A acusação contra-argumentou que as munições não estavam relacionadas com o caso e não estavam escondidas.

A questão surgiu na quinta-feira, no segundo dia do julgamento do ator, durante o interrogatório da defesa à técnica do local do crime do xerife, Marissa Poppell.

O advogado de Baldwin, Alex Spiro, perguntou se um “bom samaritano” tinha entrado no gabinete do xerife com as munições no início deste ano, após o julgamento de Hannah Gutierrez-Reed, a responsável pelas armas do filme, pelo seu papel na morte de Hutchins.

Hilaria Baldwin fala com seu marido, durante julgamento por homicídio culposo no Tribunal de Santa Fé, em Santa Fé, Novo México — Foto: Ramsay De Give/Reuters

Ainda segundo a agência Reuters, Baldwin parecia aliviado no tribunal. Ele sorriu, abraçou sua mulher, Hilaria Baldwin, segurou as mãos da sua filha, Elizabeth Keuchler, e chorou bastante ao ouvir o resultado.

Antes da decisão final, a juíza já havia dispensado os jurados que participavam do julgamento.

Falando à porta do tribunal em Santa Fé, a procuradora especial Kari Morrissey disse que estava desiludida, mas que respeitava a decisão do tribunal.

“Fizemos tudo o que era humanamente possível para fazer justiça a Halyna e à sua família e estamos orgulhosos do trabalho que realizámos. Estamos desiludidos com a decisão do tribunal, mas temos de a respeitar”, afirmou.

Baldwin entrou em um carro na porta de saída do tribunal de Santa Fé sem falar com os repórteres.