Gilan, Irã – O Irã está em choque e indignação após os ataques aéreos dos Estados Unidos às suas instalações nucleares, realizados na madrugada de domingo, 22 de junho de 2025. A ação, em apoio a Israel, resultou na destruição de três complexos nucleares no país, localizados em Fordow, Natanz e Isfahan. A resposta oficial de Teerã promete represálias severas contra qualquer um que apoie os EUA ou Israel.

Uma mulher caminha perto de um outdoor com imagem de iranianos apoiando seu país, após os EUA atacarem instalações nucleares durante a noite – Teerã, 22 de junho de 2025 – Foto: Majid Asgaripour/WANA via Reuters
O bombardeio foi realizado com mísseis de cruzeiro Tomahawk e bombas antibunker GBU-57, lançadas de bombardeiros B-2 Spirit e plataformas navais. O presidente Donald Trump afirmou que as instalações nucleares iranianas foram “totalmente destruídas”, embora não haja confirmação independente de tal afirmação.
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As autoridades iranianas informaram que, embora as instalações tenham sido atacadas, não houve vazamento radioativo, e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) também descartou contaminação externa. No entanto, imagens de satélite indicam danos significativos em Fordow, com o local mostrando sinais de destruição subterrânea após as explosões.
Em meio à crescente tensão, o Ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, alertou que a nação tomará uma “resposta militar inevitável”, acusando os EUA de invasão e agressão. Ele também mencionou que, enquanto os ataques continuarem, não haverá espaço para negociações diplomáticas.
Enquanto os iranianos dentro e fora do país assistem ao desenrolar dos eventos, a reação interna foi de indignação. Mídias e políticos linha-dura, como o líder do jornal Keyhan, Hossein Shariatmadari, pediram a represália imediata contra as forças dos EUA e até mesmo a possibilidade de fechar o estratégico Estreito de Ormuz, controlando o acesso de navios de potências ocidentais.

Foto: aljazeera
As autoridades também lançaram severas ameaças àqueles que, no país ou no exterior, se opõem ao regime e manifestam apoio aos ataques de Washington e Tel Aviv. O Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã deu um ultimato a qualquer colaborador de Israel para se entregar, sob pena de punição extrema.
Este conflito, já tenso, parece estar em um ponto de ruptura, com as chances de uma escalada militar significativa aumentando a cada dia.