Algumas das principais empresas alemãs estão pedindo aos seus funcionários e aos eleitores em geral que rejeitem o extremismo antes das eleições europeias.
A campanha surge devido ao receio de que o partido de extrema-direita AfD obtenha um grande resultado no sufrágio europeu, depois de ter atingido um máximo histórico no ano passado.
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A Mercedes, o Deutsche Bank e dezenas de outras empresas formaram uma aliança para alertar que a intolerância vai prejudicar a economia, argumentando que a Alemanha precisa de uma força de trabalho diversificada para se manter competitiva.
Um passo político raro para empresas alemãs
A Deutsche Bahn, membro da aliança, diz que está a participar na campanha porque a luta contra o extremismo é urgente e tem de ser feita em voz alta.
“Com as eleições europeias, a abertura da Europa está em jogo, a coesão da Europa está em jogo e nós, como empresa de transportes, consideramos isso como a base do nosso negócio”, declara Anja Broeker, porta-voz da Deutsche Bahn.
No entanto, nem todas as empresas alemãs seguiram esta posição. O proprietário da empresa de laticínios Muller disse a um jornal que era amigo do líder do AfD e que falavam de política. Pouco depois de ter sido noticiado que os dois se tinham encontrado, o ministro do Interior da Alemanha apelou às empresas para que tomassem uma posição contra a extrema-direita.
“Inimigo claro”
Knut Bergmann, diretor do Gabinete de Berlim do Instituto Económico Alemão, sublinha que se trata de uma iniciativa única porque as empresas alemãs normalmente ficam afastadas da política partidária.
“O inimigo é bastante claro e antigamente tínhamos campanhas a favor da diversidade, da abertura e coisas do género, mas não contra um único partido, por isso isto é novo”.
A aliança critica as posições pelas quais a AfD é conhecida, designadamente o isolacionismo e o populismo.
A Deutsche Bahn diz que quer que as pessoas votem, mas afirma que não está a fazer campanha contra qualquer partido em particular.
“Também mostra às pessoas que fazem parte da nossa força de trabalho que é importante falar e que não se trata de um caso isolado”, afirma Anja Broeker, porta-voz da Deutsche Bahn.
Com informações da EuroNews