O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou nesta sexta-feira (14/2) a Rússia de danificar, com ataque de drones, a estrutura de aço que cobre o reator que explodiu na usina nuclear de Chernobyl, em 1986. A cúpula, inaugurada em 2016, isola o material radioativo e segundo o presidente, não foi constatado nenhum aumento na radiação. A Rússia nega as acusações.
Em uma mensagem publicada na rede X, Zelensky disse que a Rússia atacou “a estrutura que protege o mundo da radiação do reator nº 4 da usina nuclear de Chernobyl”, causando um incêndio que foi “controlado”. O drone que atingiu a cúpula, segundo ele, era dotado de uma ogiva “explosiva”.
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As autoridades ucranianas disseram que vão informar os Estados Unidos sobre os detalhes do ataque a Chernobyl em uma reunião na Conferência de Segurança de Munique nesta sexta-feira, onde Zelensky deve se encontrar com o vice-presidente dos EUA, JD Vance.
“Vamos informar nossos parceiros americanos sobre o ataque russo e explicar que eles estão sempre e lançando drones sobre a zona de Chernobyl, e a ameaça que isso representa para o arco de contenção e para a segurança nuclear”, disse o chefe da administração presidencial ucraniana, Andriy Yermak, no Telegram. “O mundo inteiro investiu na cúpula e hoje ela é alvo de um ataque russo”, disse Yermak.
Usina ocupada
A Rússia ocupou o local da usina no início de sua invasão, há três anos, com a ajuda das tropas da Belarus, gerando temores de novos vazamentos radioativos ou acidentes. As tropas russas se retiraram no final de março de 2022, quando a Rússia foi forçada a recuar do norte da Ucrânia, que fica a menos de cem quilômetros em linha reta da usina.
Em março de 2022, a Rússia também tomou à força a usina nuclear de Zaporíjia, a maior da Europa, no sul da Ucrânia. Desde então, russos e ucranianos se acusam de colocar em perigo o local onde fica a usina, sob ocupação russa, e de provocar o risco de um desastre nuclear.