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Brasil

STF arquiva inquérito contra Daniel Silveira por supostas violações no uso de tornozeleira eletrônica

Decisão do ministro Alexandre de Moraes seguiu parecer da PGR, que não viu elementos suficientes para configurar crime.


O Supremo Tribunal Federal (STF) arquivou, na última semana, um inquérito contra o ex-deputado federal Daniel Silveira que investigava supostas violações no uso da tornozeleira eletrônica. A decisão foi assinada pelo ministro Alexandre de Moraes e atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que considerou que os fatos apurados não justificavam a continuidade da investigação.

O inquérito foi aberto em 2021 e apurava mais de 30 possíveis descumprimentos de medidas cautelares por parte de Silveira, então em prisão domiciliar. À época, o ex-parlamentar usava tornozeleira eletrônica como parte das condições impostas pelo STF. Em 2022, Moraes prorrogou o inquérito por mais 60 dias e, em junho do mesmo ano, determinou nova prisão de Silveira, alegando reiterado desrespeito às ordens judiciais.

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No parecer que motivou o arquivamento, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, argumentou que a prisão preventiva decretada em 24 de junho de 2021 já havia solucionado a situação. A PGR também afirmou não haver provas suficientes para configurar infração penal. “Excluída a tipificação criminal do fato, o Ministério Público Federal manifesta-se pelo arquivamento dos autos”, diz o documento.

Ao acolher o parecer, Moraes ressaltou que o arquivamento foi feito com base na manifestação “irretratável” do Ministério Público, podendo ser revertido apenas em caso de surgimento de novas provas. “Diante do exposto, acolho a manifestação da Procuradoria-Geral da República e defiro o arquivamento desta investigação”, escreveu o ministro.

Defesa critica investigação

O advogado de Daniel Silveira, Paulo Faria, classificou o inquérito como uma “farsa” usada para manter o ex-deputado preso. Segundo ele, perícia realizada pela Polícia Federal teria confirmado a inexistência de violação ao monitoramento eletrônico. “Foi um inquérito aberto de ofício, por Moraes, para apurar supostas violações em prisão domiciliar. A própria PF confirmou que não houve nenhuma irregularidade”, afirmou Faria.

Condenação e situação atual

Daniel Silveira ganhou destaque nacional após ser condenado pelo STF, em abril de 2022, a 8 anos e 9 meses de prisão pelos crimes de ameaça ao Estado Democrático de Direito e coação no curso do processo. A condenação teve como base declarações ofensivas contra o Supremo e seus ministros.

Em dezembro de 2023, o ministro Moraes autorizou a conversão da pena para o regime domiciliar. No entanto, na véspera do Natal, determinou nova prisão de Silveira por descumprimento de medidas cautelares.

Atualmente, o ex-deputado cumpre pena em uma colônia agrícola em Magé, no estado do Rio de Janeiro. O arquivamento do inquérito marca um desdobramento importante no processo, mas não altera sua situação penal, que segue determinada por outras decisões do STF.