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Manaus

Reajuste do Vale-Transporte: quem paga a conta é o trabalhador, diz “Manifesto das Entidades de Classe”

Dezesseis entidades de classe assinam manifesto de preocupação com impacto do aumento da tarifa de ônibus em Manaus.


A nova tarifa do transporte coletivo urbano entrou em vigor a partir de 0h deste domingo, 20/4, conforme decreto publicado no Diário Oficial do Município (DOM). De acordo com o decreto, o valor cheio da passagem será de R$ 6, mas descontos serão aplicados, conforme o perfil do usuário. Passageiros que pagam com dinheiro ou cartão PassaFácil terão desconto de R$ 1, pagando R$ 5 por viagem.

Preocupados com o equilíbrio econômico e pela falta de diálogo com o setor produtivo, dezesseis representantes de entidades de classe estiveram reunidos neste domingo, (20) por videoconferência para discutir o assunto.

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Ao final, foi emitida um manifesto, afirmando que o reajuste de 33,33% na tarifa de ônibus urbano em Manaus, vai impactar negativamente a atividade econômica, especialmente no comércio, serviço e indústria da construção que depende de circulação de renda para manter empregos, e arrecadação.

Entidades estiveram reunidas por vídeo conferencia neste domingo (20). A reunião resultou em um manifesto divulgado nesta segunda-feira (21) – Foto: Reprodução

Leia a nota na integra:

Nota das Entidades de Classe

Reajuste do Vale-Transporte: quem paga a conta é o trabalhador

As entidades de classe manifestam sua preocupação com o impacto do recente reajuste da tarifa de ônibus urbano em Manaus, que elevou o valor do vale-transporte de R$ 4,50 para R$ 6,00 — um aumento de 33,33%.

Embora o vale-transporte seja parcialmente custeado pelos empregadores, a Lei nº 7.418/1985 permite o desconto de até 6% do salário base do trabalhador para contribuir com esse custeio. Na prática, isso significa que quem arca com parte expressiva desse aumento é o próprio trabalhador, que terá seu poder de compra reduzido.

Esse reajuste compromete diretamente o consumo das famílias e impacta negativamente a atividade econômica — especialmente no comércio, serviço e indústria da construção, que depende da circulação de renda para manter empregos, vendas e arrecadação. O efeito é em cadeia: menos renda, menos consumo, menos atividade no comércio e nos serviços.

Reajustes dessa magnitude, sem qualquer escalonamento ou diálogo com o setor produtivo, penalizam duplamente os pilares que sustentam a economia da cidade: as empresas formais e os trabalhadores. Um valor intermediário, como R$ 5,00, poderia ter sido adotado de forma escalonada e com menor impacto social e econômico.

As entidades de classe reiteram seu compromisso com o equilíbrio das relações econômicas e defendem que decisões que afetam diretamente a renda da população sejam tomadas com planejamento, responsabilidade e diálogo.

• Associação de Bares e Restaurante do Amazonas – ABRASEL
• Associação Comercial do Amazonas – ACA
• Câmara de Dirigentes e Lojistas Manaus – CDLM
• Federações das Câmara de Dirigentes e Lojistas do Amazonas – FCDL 

• Federação do Comércio do Estado do Amazonas – FECOMÉRCIO
• Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico de Manaus – CODESE
• Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Amazonas – FACEA
• Conselho Regional de Administração – CRA-AM
• Conselho Regional de Contabilidade – CRC-AM
• Associação Amazonense de Supermercados – AMASE
• Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Amazonas – SINDUSCON
• Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Amazonas – ADEMI-AM
• Associação dos Jovens Empresários – AJE
• Conselho Regional de Economia do Amazonas e Roraima – CORECON – AM/RR
• Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Amazonas – CAU/AM

Manaus, 20 de abril de 2025

Cobrar Vale-Transporte mais caro que tarifa comum é contra a lei federal. É o que diz uma decisão judicial publicada nesta terça-feira, 25 de fevereiro de 2025, pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.

Porto Alegre é uma das capitais que estuda o aumento. Em 2 de janeiro, o prefeito Sebastião Melo (MDB) afirmou que a cidade faz cálculos para elaborar o novo preço a ser cobrado. A passagem não aumenta na cidade desde julho de 2021.

O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante) justificou que o subsídio que a prefeitura dá às empresas precisaria ser reajustado para cobrir aumentos nos custos de equipamentos e nos reajustes salariais de rodoviários.