O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) determinou que o deputado federal André Janones (Avante-MG) mantenha distância da prefeita de Ituiutaba (MG), Leandra Guedes, sua ex-companheira. A decisão foi tomada em dezembro de 2024, após Leandra denunciar o parlamentar por ameaças, perseguição e tentativa de divulgação de imagens íntimas.
A decisão judicial, fundamentada na Lei Maria da Penha, determina que André Janones está proibido de manter contato direto ou indireto com Leandra Guedes, seus familiares e testemunhas, além de frequentar os mesmos locais que a prefeita.
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O deputado também está impedido de divulgar qualquer material íntimo relacionado a ela, sob risco de detenção em caso de descumprimento.
O deputado federal teria enviado fotos íntimas da prefeita a um dos secretários da cidade, sem o consentimento dela, e ameaçado “destruir” sua imagem pública.
Além disso, Leandra relatou que Janones fez ameaças de divulgar outros conteúdos privados registrados durante o relacionamento, que ocorreu oficialmente entre 2014 e 2018, com períodos de idas e vindas posteriores.
“Descortina-se um possível contexto de violência psicológica e moral”, afirmou o juiz Paulo Fernando Naves de Resende, responsável pela decisão.
Segundo o magistrado, a situação ultrapassa os limites da vida pública e afeta diretamente a esfera pessoal da prefeita, envolvendo tentativas de humilhação e coação.
O histórico entre André Janones e Leandra Guedes abrange, além da antiga relação pessoal, uma parceria política.
Após a eleição de Janones para a Câmara dos Deputados, em 2019, Leandra atuou como sua chefe de gabinete. Ambos também são mencionados em inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) que investigam suspeitas de prática de “rachadinha” no gabinete parlamentar.
Notificado no Natal de 2024, André Janones reagiu no dia seguinte, anunciando em suas redes sociais o fechamento de seu gabinete em Ituiutaba — sua cidade natal e principal base eleitoral.
Em janeiro de 2025, o juiz André Luiz Riginel da Silva Oliveira decidiu estender a validade das medidas protetivas por mais seis meses, com possibilidade de prorrogação.
O caso evidencia o crescente desgaste político em torno do deputado, conhecido por seu ativismo digital e defesa de pautas contra a corrupção. Agora, ele enfrenta acusações graves que incluem abuso de poder, misoginia e uso indevido de imagens privadas.