O número de cuidadores de idosos dobrou no Brasil entre 2015 e 2022. No período, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do governo federal, registrou um salto de 28.347 para 56.207 trabalhadores com vínculo formal. O dado não considera profissionais que realizam a função, mas não têm carteira assinada.
Outro dado que chama a atenção é a remuneração salarial, que saiu de uma média nacional de R$ 1.194,99 para R$ 1.748,96 entre 2015 e 2022. Especialistas avaliam que a profissão tem passado por um processo de valorização, em razão da demanda cada vez maior por cuidadores.
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a população idosa do Brasil irá mais do que dobrar até 2050, chegando a 70 milhões de pessoas com mais de 60 anos.
A professora do curso livre em Cuidados de Idosos do Centro de Ensino Técnico (Centec), Rosileide de Oliveira Lomas, afirma que o lançamento da formação, em 2019, é um exemplo da necessidade de maior qualificação desses profissionais.
As aulas têm carga horária de 12 horas, três sábados seguidos, e são divididas em módulos que tratam desde a legislação de garantia de direitos da pessoa idosa até manobras de emergência e atividades de bem-estar para o idoso. Há também aulas sobre adaptação de residências, alimentação e aspectos emocionais. “Aprendemos a teoria e a prática sobre os cuidados gerais com os idosos, sejam eles sadios ou acamados. Além disso, os alunos entendem desde o início a diferença entre geriatria e gerontologia, algo importante para exercerem a função de cuidador”, comenta a docente.
A geriatria é uma especialidade médica focada no diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças em idosos, incluindo questões clínicas e terapêuticas. Já a gerontologia é um campo multidisciplinar que estuda o processo de envelhecimento, incluindo os aspectos biológicos, psicológicos, sociais e econômicos, pensando na qualidade de vida dos idosos.
Humanização
Outro aspecto considerado essencial na formação do cuidador é a humanização dos atendimentos. Um estudo divulgado neste mês aponta que o número de casos de violência contra idosos chegou a 143 mil em 2023, cerca de 50 mil a mais que em 2022, quando houve 95 mil ocorrências registradas. Os dados são do estudo ‘Denúncias de Violência ao Idoso no Período de 2020 a 2023 na Perspectiva Bioética’.
Celebrado em 15 de junho, o Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa é uma data que reforça a importância de promover informações que ajudem a reduzir as ocorrências.
A professora do técnico em Cuidados com Idosos diz que o assunto é tratado desde o início da formação.
“Os alunos aprendem nas aulas que é preciso ofertar ao idoso o melhor atendimento possível, priorizando seu estado emocional para prestar um atendimento de qualidade, trazendo conforto e segurança. Essa atenção deve ser redobrada quando se trata de pacientes acamados ou com a mobilidade reduzida”, destaca.