A Venezuela aprovou, nesse domingo (3), o referendo de anexação da Guiana. Segundo o governo liderado por Nicolás Maduro, 95% dos eleitores votaram ‘sim’ pela incorporação do território de Essequibo.
A região, rica em petróleo, corresponde a mais de 70% do território da Guiana. No entanto, a fronteira entre os países tem uma densa floresta tropical, inviabilizando uma invasão terrestre direta e é aqui que o Brasil pode entrar no meio de um eventual conflito entre ambos países. Segundo oficiais do Exército Brasileiro, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, atravessaria necessariamente o Brasil.
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Isso se deve ao fato de que o norte do estado de Roraima pode ser a melhor alternativa de invasão de Maduro ao país vizinho. Por lá, há três cidades e uma estrada que poderia servir de entrada para Guiana.
Por lá, o Exército já aumentou o efetivo militar, ainda que com um número relativamente pequeno de soldados. São 130 atualmente, o dobro do usual. A Força Armada considera ‘improvável’ uma invasão de Maduro ao país vizinho.
Lula pede ‘bom senso’
O presidente Lula falou sobre o tema, neste domingo (3), durante a COP 23, em Dubai. “Se tem uma coisa que o que a América do Sul não está precisando agora é de confusão”, disse.
Ele também afirmou que Celso Amorim, assessor especial da Presidência, esteve em Caracas para dialogar com o presidente Nicólas Maduro.
Lula disse que espera ‘bom senso’ de ambos países no momento.
O governo de Nicolas Maduro enfrenta desafios crescentes, incluindo recursos financeiros cada vez mais escassos devido à falta de capacidade de gestão e altos níveis de corrupção. A economia está em colapso, o que leva a um desespero crescente para manter-se no poder.
Em caso de levar o caso ao extremo (guerra) a Guiana tem cerca de 3.000 soldados equipados com veículos de combate, enquanto a Venezuela possui um contingente militar muito maior, com aproximadamente 123.000 militares distribuídos em várias ramificações. Por outro lado, os EUA possuem bases firmadas e negócios concretos em Georgetown, o que acende sinal vermelho para um conflito mais devastador, segundo fontes militares.