
Equipamento russo destruído em exposição em Kiev, 14 de maio de 2025. AFP – ROMAN PILIPEY

Os estabelecimentos estão localizados “principalmente em regiões próximas à linha do front”, como Kharkiv (nordeste), Donetsk (leste), Dnipro (centro), Odessa (sul) e Kiev. Eles abrigavam civis e “25 jornalistas e profissionais de informação”. Apenas um dos hotéis “havia sido usado pelo Exército”, garantiram as duas organizações em um comunicado à imprensa.
A maioria dos ataques ocorreu à noite, quando os hotéis estão mais movimentados. Pelo menos quinze deles foram “realizados com mísseis russos Iskander 9K720, conhecidos por sua precisão”, de acordo com a RSF e a Truth Hounds, que apontam para “alvos metódicos e coordenados”.
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O documento também denuncia as “campanhas de desinformação” do Kremlin, que alega ter como alvo “bases militares” e “mercenários”. Os bombardeios “não são acidentais e nem aleatórios”, salienta o relatório.
Crimes de guerra
De acordo com os responsáveis pelo levantamento, as ofensivas “visam reduzir a cobertura jornalística da guerra”. É o que garante Pauline Maufrais, representante do RSF na Ucrânia, citada no comunicado à imprensa.
“Ao atacar a infraestrutura civil, eles violam o direito internacional humanitário, o que constitui crimes de guerra”, disse Maufrais, pedindo que os responsáveis sejam levados à justiça. Segundo a RSF, 13 jornalistas foram mortos desde 2022 enquanto cobriam a invasão russa, incluindo 12 em território ucraniano.
Em agosto de 2024, Ryan Evans, jornalista e consultor de segurança britânico que trabalhava para a agência de notícias Reuters, morreu após o ataque de um míssil russo ao hotel Sapphireem Kramatorsk, no leste da Ucrânia. Outras sete pessoas ficaram feridas.
No índice de liberdade de imprensa de 2025, Ucrânia e Rússia estão classificadas em 62º e 171º lugar entre 180 países, respectivamente.
Com informações da AFP