A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu na sexta-feira, 17, que a polêmica proibição do TikTok pode entra em vigor já neste domingo, 19, após rejeitar um recurso da empresa dona do aplicativo, a chinesa ByteDance, contra uma lei que exige que ela venda o popular app de vídeos ou encerre suas operações nos EUA.
A lei impede que usuários dos EUA baixem o TikTok ou instalem atualizações, o que pode eventualmente tornar a plataforma inutilizável. Representantes da empresa alertaram que o aplicativo também pode “ficar no escuro”, impedindo que usuários existentes vejam vídeos.
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Manifestantes pediram a manutenção do TIkTok nos EUA após decisão que determina a venda do aplicativo no país (Getty Images)
A medida é defendida pelo governo como uma ação necessária para proteger a segurança nacional. As autoridades americanas temem que o governo chinês possa exercer influência sobre o TikTok, seja por meio do controle de conteúdo, seja pela coleta de dados dos usuários americanos. A ByteDance, por outro lado, argumenta que a proibição do aplicativo violaria a Primeira Emenda da Constituição, que protege a liberdade de expressão.
Com isso, fica em aberto o destino do tempo gasto por milhões de usuários e de bilhões de dólares em receitas de anúncios. Segundo análise da consultoria EMARKETER, da Business Insider, o Tiktok gerou 12,34 bilhões de dólares em anúncios só nos EUA em 2024.
“Levando em conta que o TikTok pode perder algo entre 50% a 70% em receita de anúncios por conta do banimento, 6,17 bilhões a 8,64 bilhões em gastos podem achar uma nova casa”, diz a consultoria, que menciona a Meta, dona do Facebook e Instagram, como possível nova casa para esse dinheiro. O YouTube e o Snapchat também colheriam alguns benefícios com a saída do TikTok, mas em graus menores.
Da mesma forma, analistas do Morgan Stanley dizem que o Meta será o “maior vencedor de qualquer proibição do TikTok”, em parte devido à sua base de usuários e conjunto de dados existentes. A proibição pode aumentar até 9% dos lucros por ação da Meta no ano fiscal de 2026, segundo o grupo financeiro.
Futuro incerto
Na sexta-feira (17), o presidente eleito americano, Donald Trump, declarou em entrevista à CNN que será ele quem decidirá o destino do TikTok no país.
“Isso, no fim das contas, vai ser decidido por mim. Então, fiquem atentos para ver o que farei”, afirmou Trump. O republicano também comentou a autorização concedida pelo Congresso, que o delega a tomar essa decisão.

Presidente eleito dos EUA, Donald Trump prepara uma série de decretos para o começo do governo, entre elas o banimento do App Tik Tok – Foto: Evan Vucci/Associated Press
Empossado, Trump pode dar a opção de adiar a proibição em 90 dias, desde que haja evidências de que as partes envolvidas trabalham para a venda para uma empresa americana. A empresa-mãe do TikTok declarou anteriormente que não tem intenção de vender o aplicativo.
“Agora mesmo eles não têm direitos a menos que os demos a eles. Então, se vamos dar os direitos a eles, então… eles têm que vir para este país”, disse Trump na segunda-feira.
“É um grande trunfo, mas não é um grande trunfo nos Estados Unidos, a menos que tenham aprovação nos Estados Unidos.”
O TikTok, em defesa, diz que se tornará uma empresa extinta e que continua comprometido com sua grande base de usuários americanos.
“O TikTok é amado por 170 milhões de americanos porque é um lar para entretenimento, auto expressão e conexão”, disse o porta-voz da empresa, Josh Gartner, em um comunicado.