Hospedados em hotéis da Itália, 15 sobreviventes recebem ajuda psicológica após o naufrágio de um veleiro de luxo. Entre eles, Charlotte e a filha de 1 ano, Sofia. A mãe conta que só se salvaram porque Sofia estava acordada, assustada com o temporal. Disse que manteve a menina boiando com todas as suas forças, com os braços para cima. Chegou a perder o bebê e reencontrá-lo segundos depois. As duas, então, foram resgatadas em um bote inflável.
Há quem acredite que o barco estava no lugar errado e na hora errada. Os promotores investigam se houve falha humana. O capitão pode ter escolhido uma área pouco protegida em uma noite de tempestade e não teria ancorado adequadamente, o que teria feito o barco oscilar sem controle.
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Outra possibilidade é a de um evento atmosférico excepcional, a ponto de virar uma embarcação daquele tamanho. O mar Mediterrâneo, na região da Sicília, está com uma temperatura de 30º C, três acima do normal para esta época do ano. Ventos de 150 km/h, carregando ar frio, ao se encontrar com o calor do mar levantam trombas d’água. Como as registradas na região sul da Itália, pelo Centro Internacional de Pesquisa de Trombas d’Água. Uma delas pode ter engolido o veleiro de bandeira inglesa.
Pouco antes de anunciada a descoberta de dois primeiros corpos nesta quarta-feira, um jornalista da AFP viu mais de seis barcos partirem em questão de minutos do porto de Porticello, local do naufrágio a leste de Palermo.
Alguns retornaram mais tarde e deixaram bolsas mortuárias em uma tenda no cais.
Horas antes da tromba d’água ocorrida na manhã de segunda-feira, uma festa era celebrada no “Bayesian”, o veleiro de 56 metros de comprimento com bandeira britânica ancorado a 700 metros do porto de Porticello com 12 passageiros e 10 membros da tripulação.
Desaparecidos
Continuam as buscas por seis passageiros do veleiro que naufragou durante uma tromba d’água. Entre os desaparecidos estão o magnata da tecnologia Mike Lynch, de 56 anos, dono do barco, e o presidente do banco Morgan Stanley International, Jonathan Bloomer, de 70 anos.
A câmera de vigilância de uma casa mostra o iate de longe na hora da tempestade. O barco simplesmente some no escuro da madrugada. As buscas pelos seis desaparecidos recomeçaram na manhã desta terça-feira (20), na costa de Palermo.
Os mergulhadores especializados em cavernas disseram que o veleiro de 56 metros de comprimento está intacto no fundo do mar. Está virado, por isso é muito difícil ultrapassar os objetos e móveis e chegar às cabines, onde os passageiros deviam estar dormindo na hora do naufrágio.