Laura começou a partida muito forte, abrindo 2 a 0 no primeiro set, depois 4 a 2, mas a rival empatou e venceu com uma quebra de saque no final por 7-5.
Na arquibancada, o técnico de Laura, o espanhol Enrique Huelin, comentou à RFI o desempenho da atleta: “Laura começou com muita energia, acertando bem a direita, jogando alegre e solta. Mas a Marta jogou bem no final do set, com bons saques, esforçada”.
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O segundo set foi equilibrado, mas a brasileira cometeu erros e permitiu o empate em 6-6 e elas decidiram a parcial no tie-break. Kostyuk começou melhor o desempate, com Laura reagindo e marcando cinco pontos seguidos para virar para 6-3. A ucraniana, entretanto, salvou o primeiro set point, mas, na sequência, a brasileira conseguiu fechar e empatar o jogo com um 7-4.
No terceiro set, Kostyuk sentiu dores no pé e pediu atendimento. No retorno ao jogo, Pigossi conseguiu uma quebra, fez 4-0 e vencia por 4-2 quando a chuva interrompeu a partida, depois de 2h 49 minutos.
O jogo foi retomado após mais de uma hora de interrupção e Laura Pigossi não conseguiu manter a pressão sobre a adversária. Ela sentiu dores na coxa esquerda e precisou de atendimento. Depois de mais uma paralisação, Marta Kostyuk sacou para fechar a partida, garantindo a vitória por 6-4 no terceiro set.
“Eu não vou me apegar a esse resultado, poderia ter sido um sorteio mais fácil, mas essas são as meninas das quais eu quero ganhar, então dá na mesma se eu pego elas na primeira rodada ou no final”, disse Laura, em entrevista à RFI após a partida. “Eu acho que fiz um ótimo jogo, um ótimo nível de tênis, mas ainda posso melhorar muito e isso me deixa tranquila, pois tenho muito potencial de crescimento ainda”, completa.
Laura Pigossi também falou sobre as interrupções durante a disputa. “As condições de jogo mudaram muito, depois da chuva a quadra estava pesada e facilitou o jogo dela. Mas eu tive as minhas chances, fiz o que eu tinha que fazer, mas durmo tranquila que hoje escapou, mas eu vou acertar as próximas”, promete. “Não dá para ficar triste, é tudo aprendizado, bola para frente”, conclui.
A torcida brasileira compareceu à quadra 6 e apoiou Pigossi durante toda a partida. Ela ainda pôde contar com o estímulo do namorado, o também tenista Benjamin Lock. “É muito estressante, tenso, mas a Laura já assistiu muitos jogos meus e eu venho sempre apoiar. É um prazer vê-la jogar, neste lugar lindo e em um torneio tão importante. Estou feliz de poder estar aqui”, disse.
Luiz Peniza, capitão do time Brasil na Copa Billie Jean King – a principal competição de equipe no tênis feminino – disse à RFI não ter se surpreendido com a garra de Laura Pigossi em quadra. “A Laura é uma guerreira, os jogos dela são sempre muito competitivos, são jogos longos, é difícil ganhar dela em dois sets e ela faz com que as adversárias sintam o jogo física e emocionalmente”, afirma.
Ele também comentou a boa fase do tênis feminino nacional. “É um bom momento para o tênis feminino do Brasil, tanto individualmente quanto em equipe, as meninas vêm realizando grandes conquistas e, consequentemente o time Brasil cresce”.
Nova cobertura
Na manhã deste domingo, foi inaugurada oficialmente a cobertura retrátil da quadra Suzanne-Lenglen, a segunda maior do complexo de Roland-Garros. A cerimônia contou com a presença de Gilles Moretton (presidente da Federação Francesa de Tênis – FFT), Amélie Mauresmo (ex-atleta e diretora do torneio), Pierre Rabadan (deputado do esporte, dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos junto à prefeitura de Paris) e do arquiteto do projeto, Dominique Perrault.
Semelhante à da arena principal Philippe-Chatrier, a nova cobertura permite que os jogos não sejam paralisados em caso de chuva (como aconteceu no jogo da brasileira Laura Pigossi, na quadra 6). Outra novidade é que pela primeira vez a quadra Suzanne-Lenglen, inaugurada em 1994 e batizada em homenagem a uma jogadora francesa, foi utilizada durante a fase de qualificação, encerrada na sexta-feira (24). “Para os jogadores, é uma oportunidade de sentir como é atuar nas grandes arenas e para o público é a chance de sentir essa emoção, mesmo na fase de classificação, em que os ingressos são mais baratos”, explica Amélie Mauresmo. “Nosso objetivo é que as pessoas descubram o tênis e que possamos aumentar o público”, completa.
Com informações de Maria Paula Carvalho, de Roland-Garros – RFI