As Forças de Defesa de Israel revelaram nesta sexta-feira (15) ter matado por engano três reféns israelenses na Faixa de Gaza, depois de terem identifica-los, inadvertidamente, como uma ameaça.
Em comunicado, as IDF revelaram que durante um combate em Shejaiya, os seus soldados dispararam contra os reféns. “As IDF começaram a rever o incidente de forma imediata”, garante o exército numa declaração.
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Dois dos reféns assassinados foram logo identificados: são Yotam Haim, de 28 anos, levado do kibbutz Kfar Aza a 7 de outubro, e Samer El-Talalqa, de 25 anos, que foi levado do kibbutz de Nir Am. O nome do terceiro refém morto pelas tropas israelenses ainda não foi revelado, inicialmente a pedido da família, que decidiu depois torná-lo público: trata-se de Alon Shamriz, raptado do kibbutz Kfar Aza.

Soldados israelenses operam na Faixa de Gaza em meio ao conflito em curso entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas – Foto: Israel Defense Forces/ Folheto via Reuters
“As Forças de Defesa de Israel (IDF) manifestam profunda tristeza pelo incidente e partilham do luto das famílias”, lê-se num breve comunicado divulgado pelas forças de Israel.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, emitiu um comunicado lamentando as mortes acidentais dos três reféns. “Juntamente com todo o povo de Israel, inclino a minha cabeça em profunda tristeza e lamento a morte de três dos nossos queridos filhos que foram raptados. O meu coração está com as famílias enlutadas neste momento difícil”, lê-se na declaração de .
O Hamas fez cerca de 240 reféns no ataque de 7 de outubro a Israel; durante a semana de tréguas alcançada no fim do mês de novembro, o Hamas libertou mais de 100 mulheres, crianças e cidadãos estrangeiros que mantinha sequestrados em Gaza, em troca da libertação de 240 mulheres e jovens que Israel mantinha em cativeiro, a maioria sem qualquer acusação.
As forças israelitas acreditam que ainda se encontram em Gaza mais de 130 reféns. Os corpos dos reféns mortos esta sexta-feira pelas IDF foram entretanto levados para território israelita.

O porta-voz do exército israelense, Daniel Hagari, anunciou nesta sexta-feira (15) a morte de três reféns israelenses, identificados “por engano” como uma “ameaça” durante os combates no norte de Gaza – Foto: Jack Guez/AFP
Já nesta sexta-feira, a estação Al Jazeera anunciou que o seu jornalista, Samer Abu Daqqa, foi morto num ataque de míssil em Khan Yunis. A cidade do sul da Faixa de Gaza tem sido atingida por intensos bombardeios nas últimas semanas. Hoje, um funcionário da ONU disse à BBC que Khan Yunis foi alvo dos mais duros ataques até ao momento desde o início da guerra.
Israel anunciou nesta sexta-feira que aprovou “temporariamente” a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza através de um dos seus pontos de passagem, a fim de descongestionar a de Rafah entre o território palestino e o ‘Egito. “O gabinete aprovou temporariamente o descarregamento de caminhões no lado de Gaza na passagem de Kerem Shalom, em vez de os enviar de volta para Rafah”, disse o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu num comunicado. “A decisão do gabinete especifica que apenas a ajuda humanitária do Egito será entregue a Gaza desta forma.”
Com agências Reuters/AP/France24