A volta do australiano George Miller a Cannes, com “Furiosa”, eletrizou a plateia do festival. O quarto filme da série pós-apocalíptica Mad Max, com Anya Taylor-Joy, de “O Gambito da Rainha”, fez a sua estreia internacional no evento, fora da competição. O longa explora a juventude da heroína de “Estrada da Fúria” (2015), interpretada por Charlize Theron.
No tapete vermelho, o gesto da equipe do curta “Moi Aussi” (Eu também), de Judith Godrèche, tapando a boca e simbolizando o silêncio do mundo do cinema aos abusos contra as mulheres, foi um dos momentos fortes. O filme de apenas 17 minutos, mas com testemunhos de centenas de vítimas de estupro, indica a força atual do movimento #MeToo na França.
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Outra imagem marcante: uma sobrevivente do ataque do Hamas contra Israel de 7 de outubro, subiu as escadarias do Palácio dos Festivais com um vestido decorado com fotos de reféns ainda nas mãos do movimento radical palestino. A ação foi organizada pelo movimento #BringThemHouse (Tragam eles de volta para casa).

45 anos depois, Furiosa: Uma Saga Mad Max – Foto: divulgação
“Diamante Bruto” chama a atenção da crítica
O primeiro filme a entrar na competição oficial nesta quarta-feira pela Palma de Ouro, chamou a atenção da crítica. “Diamant brut” (Diamante Bruto), de Agathe Riedinger, é o primeiro longa da diretora francesa, e impressiona por seu profissionalismo e estética. Todos os atores são amadores e o longa é filmado como um documentário, lembrando a filmografia dos irmãos Dardenne, considerados a referência do cinema social europeu e duas vezes premiados com a Palma de Ouro.
O longa fala dos sonhos e utopias de uma adolescente pobre no sul da França que aposta todas os seus sonhos de mobilidade social nas redes sociais e no reality show. “Ser bela significa ser vista, desejada, e consequentemente, amada, diz a personagem Liane. A cineasta Agathe Riedinger é um dos jovens talentos da seleção oficial este ano.
Coppola entra na disputa
Nesta quinta-feira (16), o filme mais aguardado deste festival de Cannes entra na disputa. “Megalópolis” de Francis Ford Coppola, é protagonizado por Adam Driver e Forest Whitaker. A produção, que levou anos para ficar pronta e custou mais de US$ 100 milhões, aborda a destruição e reconstrução de uma megalópole.
Grande expectativa também com “Bird”, da cineasta britânica Andrea Arnold, o segundo filme do dia. A diretora, conhecida por explorar as margens da sociedade, é duplamente representada nesta edição. Além de ser uma das quatro mulheres da competição, ela receberá o prestigioso “Carrosse d’Or”, prêmio concedido pela mostra Quinzena dos Cineastas.
Os filmes brasileiros, bem representados nesta 77ª edição do Festival de Cannes serão exibidos somente na segunda semana do evento, que acontece até o dia 25 de maio.
No Brasil, a produção estreia na próxima quinta-feira, dia 23 de maio. O título é um prequel de “Estrada da Fúria” (2015) e é focado na Imperatriz Furiosa, que no primeiro filme é interpretada por Charlize Theron e agora, mais jovem, por Anya Taylor-Joy.