O acidente matou Denílson de Souza Amaro, 32, de Muriti, no Ceará; Alexander Borges dos Santos, 41, de Goiânia (GO), e Denivan de Paula Roberto, 41, que completaria 42 na próxima semana e era de Iporá, também em Goiás.
Segundo as autoridades locais, o veículo bateu contra uma árvore a 180 km/h e teve o motor ejetado com a força do impacto. Um quarto homem, angolano com nacionalidade cabo-verdiana, identificado como Oswaldo Lima, 54, também morreu na colisão.
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Denílson, um dos brasileiros, fez um vídeo momentos antes da colisão, quando ele e os outros cantavam o hit brasileiro “Só Fé”, do cantor goiano Grelo. A vítima chegou a postar em suas redes sociais pouco antes da tragédia:
Benoît Vuillemin, prefeito da pequena cidade francesa de Saône, de cerca de três mil habitantes, organizou uma cerimônia em homenagem às vítimas nesta quarta-feira (18), às 18h (13h de Brasília). Uma coroa de flores será depositada no local do acidente
As quatro vítimas trabalhavam na área de construção civil, e foram para a França em busca de melhores condições de vida, segundo informações dos familiares. Eles dividiam a mesma casa, onde também vivem a mulher e o filho de Denivan. Amigos criaram campanhas virtuais de arrecadação para arcar com os custos do translado dos corpos.
Segundo dados do Consulado brasileiro na capital francesa, somente no trajeto de Paris apenas até o Rio de Janeiro ou São Paulo, por exemplo, o translado pode custar até € 5 mil, mais de R$ 30 mil na cotação atual. A alternativa mais barata é cremar os corpos na França e levar as cinzas para o Brasil.
O órgão informou à reportagem que sua participação em falecimentos se concentra principalmente no fornecimento de um atestado de óbito, que será usado para produzir um atestado no Brasil, ou eventualmente a documentação para acompanhar o corpo em caso de translados.
Quando é necessário, o Consulado também ajuda no contato com funerárias locais e na tradução dos procedimentos, por exemplo. No caso dos brasileiros mortos durante o acidente, isso não será necessário, uma vez que eles possuem família e círculo de amigos na França.
Pela legislação francesa, quando o óbito acontece fora de um hospital, mesmo se for em casa, é aberto um processo, sob a responsabilidade de um procurador de Justiça. Para que seja enterrado, ou mesmo cremado, é preciso que o procurador libere o corpo, e isso só é feito depois da autópsia.
No caso dos brasileiros, isso deve acontecer no início da semana que vem, segundo previsões do Consulado. O órgão informou ainda que aguarda o sinal verde do procurador francês para começar a tomar medidas burocráticas e produzir os documentos necessários.
Contactada pela reportagem, a Gendarmerie da cidade de Besançon, como é conhecida a corporação militar francesa encarregada da segurança pública e do apoio às investigações judiciais, declarou que o processo de autópsias dos corpos dos brasileiros foi finalizada nesta quarta-feira, e que o procedimento de liberação dos corpos agora está nas mãos do procurador do Ministério Público local.