Ainda não foi desta vez que o Brasil rompeu um jejum de 63 anos e levou uma segunda Palma de Ouro no Festival de Cannes. A maior recompensa foi para o diretor iraniano dissidente Jafar Panahi. Mas o cinema do Brasil confirmou que está em alta. Kleber Mendonça Filho conquistou a palma de Melhor Direção e Wagner Moura a de Melhor Ator por “O Agente Secreto”.
O longa-metragem, ambientado no Recife de 1977 durante o período da Ditadura Militar, já era um dos favoritos da crítica internacional e saiu de Cannes com outro importante reconhecimento: a Palma de Melhor Direção para Mendonça Filho.
Continua depois da Publicidade
Mesmo ausente da cerimônia — por estar em Londres filmando um novo projeto — Wagner Moura foi amplamente elogiado. O prêmio foi entregue por Rossy de Palma e recebido por Kleber Mendonça Filho, que destacou: “Wagner não é apenas um ator excepcional, mas um ser humano singular.”
A vitória de Moura marca um momento histórico para o cinema brasileiro, que não levava um troféu de atuação masculina em Cannes desde a criação da mostra. Além disso, O Agente Secreto já havia sido reconhecido com o prêmio da crítica internacional (FIPRESCI) e o troféu Art et Essai, concedido pelos exibidores independentes da França.
O filme reafirma a força do cinema nacional em uma edição marcada por forte presença brasileira. O país foi homenageado como convidado de honra no Mercado do Filme, o principal evento da indústria cinematográfica internacional, reforçando seu protagonismo dentro e fora das telas.
Embora a Palma de Ouro tenha ficado com o iraniano Jafar Panahi pelo impactante “Um Simples Acidente”, o Brasil saiu de Cannes com prestígio em alta e reconhecimento inédito: é a primeira vez que um cineasta brasileiro vence o prêmio de Melhor Direção no festival.