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Brasil

Trabalhadores dos Correios reagem a pressão por demissões e apontam Rui Costa como responsável

Federação da categoria acusa ministro da Casa Civil de atacar direitos trabalhistas e ameaça convocar greve nacional.


A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (FENTECT) reagiu duramente à revelação de que o governo federal, por meio da Casa Civil, estaria pressionando a presidência dos Correios a demitir cerca de 10 mil funcionários e vender parte do patrimônio da estatal.

Em nota oficial divulgada nesta terça-feira (1º/7), a entidade acusa o ministro Rui Costa de estar por trás da ofensiva contra a empresa e seus trabalhadores, classificando a medida como uma “tentativa covarde de sacrificar milhares de pais e mães de família em nome de acordos políticos espúrios”.

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“A responsabilidade por um eventual colapso no serviço postal e logístico brasileiro, e pelo desgaste político que atingirá o presidente Lula em 2026, será exclusivamente do ministro Rui Costa”, afirma o texto.

R$ 2 bilhões com cortes e vendas

A denúncia foi feita inicialmente pela coluna, que revelou conversas entre o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos. Segundo relatos, o governo teria sugerido a demissão em massa e a venda de imóveis como forma de arrecadar até R$ 2 bilhões e conter o prejuízo de R$ 2,6 bilhões registrado em 2024.

A reunião, realizada em junho, contou também com a participação da ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, e teria ocorrido em clima tenso. Procurado, Rui Costa negou ter feito as sugestões, mas a coluna mantém as informações com base em fontes envolvidas.

Greve à vista

Na nota, a FENTECT afirma que está pronta para convocar uma greve geral nacional caso a pressão se concretize, e denuncia o que considera uma “manobra eleitoreira” que vai na contramão do compromisso firmado por Lula com os ecetistas durante a campanha presidencial.

“Se vierem para o confronto, encontrarão resistência”, finaliza o comunicado.

A federação representa cerca de 60 mil trabalhadores dos Correios em todo o Brasil, e promete mobilização nacional em defesa dos empregos e da manutenção da estatal como empresa pública.