Proprietário do ‘extinto’ Nostalgia Clube, Aluízio Jackmont ficou conhecido em Manaus pelas realização de grandes eventos, como o “Pagode do Nostalgia” todos os domingos no bairro Cachoeirinha, zona sul da cidade.
O pagode do Nostalgia era uma reunião de sambistas e pagodeiros de Manaus, com traços do samba e pagode carioca, marcado pela banda Ases do Pagode, que viria a ser a “prata da casa” e fazia a festa dos domingos com os grupos Calçada, Embalasamba, Sucessamba e banda Paixão.
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Com o sucesso do pagode, Aluízio resolveu aumentar o espaço e ao mesmo tempo abrir para atrações nacionais e internacionais, com apoio de divulgadores das grandes gravadoras de discos no Brasil, entre eles o carioca, Serjão Rodrigues, representante de Jorge Aragão, que acabou sendo parceiro nos eventos da casa.
Elymar Santos, Roberta Miranda, Reginaldo Rossi, The Platers e outros grandes, passaram pelo palco do Nostalgia. O sucesso marcou a casa por toda a década de 90 e inicio dos anos 2000.
No samba, nomes como Só Preto sem Preconceito, Exaltasamba, Só Pra Contrariar, Art Popular, Grupo Raça, Raça Negra, Negritude Junior, brilharam nas noites do Nostalgia, reunindo público agigantado para época.
Ao receber uma proposta para abrir a casa para a Associação Amigos do Garantido, no momento em que o movimento da toada estava em franca expansão na cidade, Aluízio foi categórico: “minha casa é de samba e pagode, boi, só no churrasco.”, disse o empresário caindo na gargalhada.
Mesmo negando espaço para o Boi Garantido, o Nostalgia recebeu grandes eventos com artistas da Toada, com Arlindo Jr., Carlinhos do Boi, Canto da Mata, Tony Medeiros, Klinger Araújo, David Assayag, Paulinho Faria, Batucada e Marujada, entre outros.
Axé em Manaus
A musicalidade da Bahia também foi presente no Nostalgia. O grupo Gerasamba, com Carla Peres, Compadre Washington, Jacaré e Sheila Brasil passou por lá. Araketu, nos melhores momentos da carreira também levou alegria ao público do Nostalgia.
Radialista Cid Soares e Aluízio Jackmont – Foto: arquivo Nostalgia
“Minha história naqueles anos, se mistura diretamente com o Aluízio, sua família e amigos, que acabei assumindo como meus, afinal, foi uma convivência que envolvia, parceria no rádio, nos eventos e em especial, nas festas particulares como aniversários, churrascos, enfim, era tudo junto. Aluízio foi responsável pela ascensão e manutenção de muitos artistas à época. Elymar (Santos) e Roberta (Miranda) eram especialmente queridos por ele, sem esquecer o Rossi (Reginaldo) que ele ganhou fama jamais esperada. Rossi acabou virando sucesso nacional depois de Manaus. A ele, Aluízio, nossas preces e desejo de muita luz em seu novo caminho.” Cid Soares (Rádio mix).
So dava Nostalgia
A efervescência dos shows na Cachoeirinha fez de Aluízio Jackmont, um dos nomes mais importantes na cena da época. Sempre muito firme com os negócios, mas não dispensava as reuniões com amigos para comemorar o bom resultado dos eventos. Pai de seis filhos, Jackmont era muito dedicado a familia e gostava de todos por perto. Andreza, Roberto, Arnaldo Neto, Rodrigo, Aluizio Junior.
“Um homem de coragem e empreendedor, nos ensinou muita coisa nessa vida de produção de shows. Vai em paz meu querido” Joubert Balbino (Ases do Pagode)
“Olá meus amigos…. Bom dia! Venho até aqui com meu coração destroçado pra avisar que meu pai descansou na paz eterna de Deus” Arnaldo Jackmont Neto.