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Política

Brasil

Queda da popularidade de Lula é culpa de Bolsonaro, diz ministro

O ministro Sidônio Palmeira, que comanda a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, culpou a “herança” deixada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como uma das culpadas pela queda da popularidade de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).


Ministro Sidônio Palmeira diz que governo não soube informar adequadamente sobre situação encontrada por Lula após Bolsonaro – Foto: José Cruz/Agência Brasil

Desde dezembro, a desaprovação a Lula vem crescendo acima da aprovação principalmente por causa da inflação dos alimentos, da disparada do dólar e de crises como a “taxa das blusinhas”, no ano passado, e a do PIX no começo deste ano. No entanto, para o ministro – que assumiu o cargo em janeiro para estancar a sangria da popularidade de Lula –, a culpa é do que aconteceu no governo anterior.

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“Quando o governo assumiu, faltou comunicar qual herança encontrou. Como estava a educação? E a saúde? De que maneira enfrentamos a pandemia de um jeito caótico? Estivemos diante de um país destruído, com muitos programas encerrados”, disparou Sidônio em entrevista ao jornal O Globo publicada na noite de quarta (16).

O ministro, que é publicitário e foi responsável pela campanha eleitoral de Lula em 2022, afirma que houve um resgate das políticas públicas supostamente destruídas por Bolsonaro, mas que isso não chegou na ponta – ou seja, no dia a dia do brasileiro.

Ele também chegou a culpar os ministros de Lula pela queda da popularidade no começo deste mês, de que não estariam comunicando de forma efetiva os feitos nas suas pastas.

“Não acho que tenhamos que nos guiar pela popularidade, mas sim pela obrigação de informar bem para a população os serviços que estão sendo entregues. Popularidade será consequência”, pontuou.

Desde que tomou posse do cargo, Sidônio passou a fazer Lula aparecer mais frequentemente nas redes sociais e a discursar em eventos oficiais, mas de modo mais incisivo ao se referir sobre o governo anterior. Tanto que Bolsonaro – muitas vezes sem ser citado nominalmente – aparece nas falas dele sobre o desempenho da economia, de entrega de obras públicas, entre outros temas.

O governo também passou a utilizar mais as entrevistas a rádios das cidades onde Lula participa de eventos e a reduzir a presença da primeira-dama Janja da Silva, que não estaria sendo bem recebida perante principalmente os internautas. Janja tinha, ainda, uma aliada comandando as redes sociais do presidente e foi retirada do cargo.

“Entrei e fiz as mudanças que achei melhor. Quando você chega a um lugar, você monta uma equipe”, pontuou.

O ministro, no entanto, minimizou os improvisos de Lula em discursos com falas apontadas como machistas ao se referir às mulheres. A mais recente foi chamar a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, de “mulherzinha”.

“Todo mundo que se comunica está sujeito a algumas situações. Ele não pode perder a naturalidade e o jeito dele ser. O presidente é o maior comunicador do governo. Em alguns momentos, pode-se ler um discurso, em outros pode falar de improviso. Tudo é comunicação. Vai depender do evento”, argumentou.

E também defendeu o uso de formatos tradicionais como pronunciamentos e entrevistas além de propaganda nas mídias tradicionais na comparação com a direita, que consegue utilizar as redes sociais de forma mais direta. Para Sidônio, cada um tem o seu formato e o governo está trabalhando em todos eles.

Mais recentemente, Sidônio criou um novo slogan para o governo, o “Brasil dando a volta por cima” junto do “O Brasil é dos brasileiros”, em contraponto aos apoiadores do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que passaram a utilizar bonés com a frase “Make America Great Again”, o slogan de campanha do norte-americano para “Fazer a América grande de novo”.