A ex-presidente do Brasil e atual presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff, anunciou neste sábado (5) que a Colômbia e o Uzbequistão se tornaram os mais novos membros da instituição financeira do Brics. O anúncio foi feito após a 10ª reunião anual do Conselho de Governadores do Banco, realizada no Hotel Fairmont, em Copacabana.
Com a adesão dos dois países, o NDB, criado em 2014 para financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável, agora conta com 12 membros. O banco já inclui países com regimes de governo variados, mas entre eles destacam-se algumas nações com governos autoritários, como a Rússia, China e o próprio Uzbequistão, que são amplamente reconhecidos por suas características políticas centralizadas.
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Dilma Rousseff, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o Banco do Brics, anunciou a Colômbia e o Uzbequistão como novos membros da instituição financeira – Foto: Reprodução
Dilma Rousseff declarou: “O conselho de governadores aprovou a entrada da Colômbia e do Uzbequistão ao banco. Com isso, agora temos uma aliança ampliada, que já inclui Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Emirados Árabes Unidos, Bangladesh, Egito e Argélia”, afirmou.
A ex-presidente também revelou que outros países estão sendo avaliados para uma possível adesão futura, mas que as negociações permanecem confidenciais.
O BRICS é um grupo de países emergentes composto atualmente por 11 nações: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Emirados Árabes Unidos, Bangladesh, Egito, Argélia, Colômbia e Uzbequistão. Desses, alguns têm características de regimes autoritários ou ditatoriais, dependendo da definição adotada para “ditadura”. Vamos olhar os mais notáveis:
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Rússia: Sob a liderança de Vladimir Putin, a Rússia é frequentemente descrita como um regime autoritário, com fortes controles sobre a mídia, repressão a opositores políticos e limitações às liberdades democráticas.
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China: O Partido Comunista Chinês, liderado por Xi Jinping, exerce um controle estrito sobre a política, a economia e a sociedade, com um sistema de governo unipartidário e sérias restrições às liberdades civis e políticas.
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Uzbequistão: Embora tenha passado por algumas reformas desde a morte do líder autoritário Islam Karimov em 2016, o Uzbequistão ainda é considerado um regime autoritário, com limitações significativas à oposição política e à liberdade de imprensa.
Além desses, o Egito e a Argélia também são frequentemente classificados como regimes autoritários, com governos de forte controle central, restrições às liberdades políticas e repressão a dissidentes.
Em resumo, pelo menos 5 países do BRICS (Rússia, China, Uzbequistão, Egito e Argélia) podem ser considerados autoritários ou com características de regimes ditatoriais, o que representa uma parte significativa do grupo, destacando a diversidade política dentro da aliança.
Criado com o objetivo de reduzir a dependência do Ocidente, o Banco do Brics tem promovido financiamentos voltados a economias emergentes e projetos de desenvolvimento sustentável, com especial atenção a temas como transição energética, inclusão financeira e mudanças climáticas.
A reunião no Rio teve como foco o fortalecimento das economias emergentes e o papel crucial das instituições financeiras multilaterais em tempos de incerteza global.