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Política

Brasil

Boulos usa invasão à sede do Itaú na Faria Lima para se projetar politicamente em meio ao debate sobre taxação dos super-ricos

Protesto cobra mais impostos sobre bilionários, casas de apostas e bancos; ação acirra tensão entre Lula e Congresso.


A sede do banco Itaú, localizada na Avenida Faria Lima, em São Paulo, foi invadida nesta quinta-feira (3/7) por manifestantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), em um protesto que exigia a chamada “Taxação BBB” — proposta que visa aumentar impostos sobre bilionários, casas de apostas e bancos. A ação coordenada ganhou ampla repercussão e se tornou palco para a atuação do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), que aproveitou o momento para reforçar sua presença política nas redes sociais e no debate público.

Reprodução / MTST

Com faixas, cartazes e palavras de ordem, os manifestantes ocuparam o saguão do edifício mais caro do Brasil — avaliado em R$ 1,5 bilhão — em uma demonstração simbólica contra os privilégios fiscais e a baixa tributação de grandes fortunas e lucros financeiros.

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A ação foi amplamente divulgada por Boulos, pré-candidato à Prefeitura de São Paulo e nome cotado para a Secretaria-Geral da Presidência, que publicou vídeos do protesto e posicionou-se como um dos principais porta-vozes da iniciativa. Ele utilizou a invasão como plataforma para amplificar sua defesa pela “justiça tributária” e se colocar em confronto direto com setores do Congresso Nacional.

Reprodução / MTST

“Não é briga política ou partidária. É a elite, junto com a direita e o centrão, se unindo contra o povo brasileiro”, declarou Boulos, em um discurso que também teve forte carga simbólica contra o sistema financeiro. A fala, no entanto, também pode ser vista como um movimento calculado para reforçar sua imagem entre eleitores da esquerda e ampliar seu capital político em um ano pré-eleitoral.

Enquanto o governo Lula e aliados defendem propostas de aumento da carga tributária para os mais ricos, como a Taxação BBB e ajustes no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), líderes do Congresso reagiram com críticas ao tom adotado por governistas e seus apoiadores. Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, reagiu ao que chamou de tentativa de criar um conflito de classes: “Quem alimenta o ‘nós contra eles’ acaba governando contra todos”, escreveu nas redes sociais.

Reprodução / MTST

O protesto e sua repercussão refletem a crescente tensão entre Executivo e Legislativo sobre os rumos da reforma tributária. Ao mesmo tempo, a movimentação de Boulos revela uma estratégia clara de ganho de visibilidade política por meio de atos de alta exposição pública, colocando-se como figura central no embate entre interesses econômicos e pautas populares.

Veja o vídeo: