O presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, gostam de destacar o trabalho do governo na área da economia. Em sintonia, costumam dizer que a inflação está sob controle, o desemprego diminuiu, a renda do trabalhador cresceu e o desempenho do PIB no ano passado foi três vezes maior do que o projetado inicialmente pelo mercado.
Esse discurso é chancelado por dados. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego recuou para 7,1% no trimestre encerrado em maio, o menor nível para o período desde o início da série histórica. Já um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) constatou que a renda do trabalhador deu no ano passado o maior salto desde o Plano Real.
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Otimismo oficial ou pessimismo público?
O levantamento, por sinal, reforça o descompasso entre o discurso oficial de Lula e Haddad e a percepção dos eleitores. Do total de entrevistados, 63% disseram que o poder de compra dos brasileiros hoje é menor do que há um ano, enquanto apenas 21% afirmaram que é maior. Em maio, os porcentuais eram de 67% e 19%, respectivamente. Ou seja: houve uma tímida redução na avaliação negativa.
Apesar de a inflação estar dentro da meta, a sensação de carestia predomina. Para 61%, o valor da conta da água e da luz aumentou no último mês. Só 8% afirmaram que caiu. No caso dos preços dos alimentos nos supermercados, 70% declararam que ficaram mais salgados, ante 12% que responderam o contrário.
Pelo jeito, o eleitorado não acha que o presidente está cumprindo a sua promessa de campanha de baratear a picanha e a cervejinha, metáfora de palanque usada para vender um futuro com redução no custo de vida. Atualmente, o bolso do eleitor desafia mais o petista do que o rival Jair Bolsonaro.