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Justiça

Rio de Janeiro

Ostentação e Romance com Chefes do PCC e CV: Prisões Desvendam Esquema Milionário no Tráfico de Drogas

Polícia Civil prende Ana Paraguaya e Gustavo Miranda, envolvidos em movimentações no tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Segundo as investigações, criminosos movimentaram mais de R$ 250 milhões em rotas de armas e drogas.


Em uma operação de grande porte, a Polícia Civil prendeu, nesta quinta-feira (3), Ana Lucia Ferreira, conhecida como Ana Paraguaya, e Gustavo Miranda de Jesus, suspeitos de integrar um esquema criminoso envolvendo tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e ligação com líderes das duas maiores facções do Brasil: o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Ana Lucia Ferreira, vulgo, Ana Paraguaya – Foto: Reprodução

O casal ostentava uma vida de luxo nas redes sociais, com carros importados, joias e viagens extravagantes, enquanto coordenava, de maneira eficiente, um esquema que movimentou mais de R$ 250 milhões. As investigações indicam que a dupla fazia parte de uma aliança estratégica entre as duas organizações criminosas, que operava com rotas de tráfico de drogas e armas entre o Brasil e o Paraguai.

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Ana Paraguaya, que foi capturada em Taubaté, no interior de São Paulo, tinha uma vasta rede de contatos nas duas facções e atuava principalmente no transporte de drogas para o Rio de Janeiro. Com mais de 10 anos de experiência no crime, ela foi associada a diversos líderes do tráfico, incluindo Elton Leonel da Silva, conhecido como Galã, preso em 2020, e Fhillip da Silva Gregório, o Professor, chefe do tráfico no Complexo do Alemão, morto em junho. A polícia afirma que Ana desempenhava um papel de intermediária, facilitando as negociações entre os faccionados.

Gustavo Miranda de Jesus, organizava eventos para o crime – Foto: Reprodução

Por outro lado, Gustavo Miranda, preso na Pavuna, Zona Norte do Rio, era o responsável pela movimentação financeira do CV. Ele organizava eventos em comunidades, usados como fachada para lavar o dinheiro do tráfico. O processo de lavagem envolvia empresas de fachada, como floriculturas e perfumarias, e até um banco digital. Além disso, a polícia descobriu que Gustavo era um dos principais responsáveis por pulverizar grandes quantias de dinheiro, dificultando seu rastreamento.

A Operação Bella Ciao, que culminou nas prisões de Ana e Gustavo, é resultado de meses de investigações e interceptações de conversas, dados financeiros e laudos técnicos. Ambos foram indiciados por tráfico interestadual de drogas, comércio ilegal de armas, associação criminosa armada e lavagem de dinheiro. A operação também revelou um esquema bilionário de lavagem de dinheiro, com o uso de empresas de fachada em São Paulo e depósitos em dinheiro vivo, envolvendo valores entre R$ 150 mil e R$ 750 mil.

Além disso, uma série de depósitos suspeitos e a utilização de um banco digital, o 4TBANK, ajudavam a movimentar recursos para países fronteiriços como Bolívia e Paraguai. De acordo com a polícia, esse processo foi responsável por lavar R$ 6 bilhões no último ano.

Tiago Ferreira dos Santos, segundo a Polícia Civil, era o elo do esquema entre o PCC e o CV — Foto: Reprodução 

A prisão de Tiago Ferreira dos Santos, um dos principais operadores financeiros do esquema, foi mais um avanço da investigação, que desarticulou a aliança entre o PCC e o CV. Ao todo, 20 empresas estão sendo investigadas no esquema. A ação envolveu unidades da Polícia Civil do Rio e de São Paulo, além de apoio especializado de diversas delegacias e coordenadorias.

Agora, a Polícia Civil continua em alerta para desarticular outras frentes dessa rede de crimes que segue firme no combate às facções criminosas no Rio e em São Paulo.