
Luigi Mangione em uma cela após ser detido na segunda-feira, 9 de dezembro, em Altoona, Pensilvânia – Foto: Departamento de Polícia de Altoona,
Luigi Mangione, 26 anos, acusado de atirar e matar o CEO da UnitedHealthcare em uma calçada de Manhattan no ano passado, foi acusado formalmente por um tribunal federal pelos crimes de assassinato, perseguição e ofensa com armas de fogo.
Mangione enfrenta acusações estaduais e federais pelo assassinato de Brian Thompson em 4 de dezembro em um caso que expôs a frustração do público com o sistema de saúde dos EUA e as companhias de seguros.
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Promotores federais já tinham feito acusações contra Mangione no final do ano passado, mas ele ainda não tinha sido indiciado sobre essas alegações até agora.
O acusado, de 26 anos, foi denunciado por, além de crimes conexos, homicídio em primeiro grau em apoio a um ato de terrorismo e uso de arma de fogo para cometer assassinato —as penas máximas, respectivamente, são de prisão perpétua e morte.
A acusação federal de assassinato por uso de arma de fogo acarreta uma pena máxima de morte, se for condenado. A procuradora-geral Pam Bondi disse que o Departamento de Justiça americano pedirá a pena de morte no caso contra Mangione.
O jovem já se declarou inocente de acusações de assassinato e terrorismo no estado de Nova York.

Mangione luta com policiais e grita enquanto é levado ao tribunal em Hollidaysburg, Pensilvânia, em 10 de dezembro de 2024 – Foto: Reprodução
“A diretriz do presidente foi muito clara: devemos buscar a pena de morte quando possível”, disse Bondi, em programa Fox News transmitido no último dia 6.
Os defensores ainda dizem que o Departamento de Justiça dos EUA ignorou um pedido de um prazo de três meses para investigar e preparar uma tese argumentando contra a pena de morte.
Os advogados disseram que, depois que Trump assumiu a presidência e indicou nova liderança DOJ, deixaram de conseguir oferecer manifestações escritas e orais ao governo.
Os advogados argumentaram que a decisão da procuradora-geral foi “explícita e descaradamente política”. Eles mencionaram a entrevista à Fox News e alegaram que ela divulgou sua decisão publicamente “para que ela tivesse ‘conteúdo’ para sua recém-lançada conta no Instagram”.
A acusação formal desta quinta indica que um grande júri federal, formado por cerca de 20 pessoas cujas identidades são mantidas sob sigilo, encontrou evidências para acusar Mangione. Deve haver uma probabilidade razoável da tese ser factual, segundo a Constituição americana, para que a denúncia criminal prossiga.
O que acontece agora
Com a apresentação da acusação, a Justiça designa um juiz, que decidirá sobre a atuação das partes e supervisionará qualquer julgamento e, caso assim seja decidido, o procedimento de pena de morte.
Luigi Mangione é alvo de uma denúncia federal desde dezembro, quando foi preso. Na nova acusação formal, não há crimes adicionais contra ele.

Luigi Mangione se declara inocente do assassinato do CEO do seguro de saúde – Foto: Brian Thompson/AP
No dia 9 de dezembro, Mangione foi preso em um McDonald’s na cidade de Altoona, Pensilvânia. Depois, foi levado de volta a Nova York para enfrentar as acusações.
O caso repercutiu nas redes sociais, sob um discurso crítico, ora violento, ao sistema de saúde privatizado do país.
A última aparição pública de Mangione, em fevereiro, no tribunal criminal de Manhattan atraiu centenas de apoiadores, alguns alinhados nos corredores e outros protestando do lado de fora.
Ele também recebeu uma onda de cartas de apoio na penitenciária federal no Brooklyn onde está detido, e seus advogados criaram um site para fornecer informações sobre seu caso.