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Guerra

Oriente Médio

Israel x Hamas: Netanyahu quer continuar a ofensiva “até a vitória”

Com o fim da trégua se aproximando, o primeiro-ministro de israel, Benjamin Netanyahu, deve pedir nesta segunda-feira (27) um orçamento de “guerra” de quase 7,3 mil milhões de euros ao governo.


primeiro-ministro israelense visitou as tropas na Faixa de Gaza neste domingo (26) e afirmou que a ofensiva israelense ali continuaria “até a vitória”.

Foi a primeira viagem de um governo israelense a Gaza desde a sua retirada unilateral do território palestino em 2005. “Estamos fazendo todo o possível para recuperar as pessoas que foram feitas reféns e eventualmente iremos resgatar todas”, disse ele. Nesta segunda-feira, 27 de novembro, deverá pedir ao governo um orçamento de “guerra” de 30 mil milhões de shekels (7,3 milhões de euros) algo em torno de 39 milhões de reais.

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Último dia da trégua

A França espera que a trégua em Gaza dure até à libertação de “todos os reféns”, encorajou no domingo a sua ministra dos Negócios Estrangeiros, Catherine Colonna.

Durante esta madrugada, o movimento islâmico armado palestino afirmou num comunicado de imprensa “vamos procurar prolongar a trégua de quatro dias” com o objetivo de “aumentar o número de prisioneiros libertados” conforme previsto no acordo.

Trégua entre Israel e Hamas entra no último dia com 175 pessoas libertadas – Foto: reprodução

Uma fonte próxima do Hamas também disse ao canal AFP que o movimento terrorista “informou que os mediadores do Qatar e do Egito concordam em prolongar a atual trégua para mais dois dias”.

“As disposições prevêem a libertação de mais dez reféns todos os dias e isso é uma bênção”, disse no domingo o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que conversou com Joe Biden no domingo. “Mas também disse ao presidente que iremos, depois do acordo, voltar ao nosso objetivo: eliminar o Hamas e garantir que a Faixa de Gaza não seja mais o que era”, continuou.

O presidente dos EUA, Joe Biden, também expressou o desejo de estender a pausa nos combates durante este domingo.

Ativa desde sexta-feira (24), esta trégua de 4 dias deve terminar amanhã de manhã, às 12h (horário de Brasília).

Vida de refém ameaçada

O alívio durou pouco para a família de Elma Avraham. A mulher israelense de 84 anos, sequestrada em 7 de outubro pelo movimento islâmico palestino Hamas antes de ser libertada no domingo (26-11), no processo de troca de reféns por prisioneiros palestinos, foi hospitalizada em terapia intensiva. A sua vida está ameaçada, segundo o hospital do sul de Israel que o acolhe “devido a uma grave falta de cuidados durante a sua detenção nas últimas semanas nas mãos do Hamas”. Ela foi libertada junto com outros 14 reféns, nove crianças, quatro mulheres e um russo-israelense.

Fotos mostram quem são os reféns israelenses libertados pelo grupo radical islâmico Hamas na terceira leva, neste domingo (26) – Foto: reprodução

Ao todo, 63 reféns (dos quase 240) foram libertados em três dias. Entre eles, 39 israelenses e 117 palestinos foram libertados como parte do acordo entre Israel e o Hamas, sendo as restantes libertações resultantes de acordos externos.

248 caminhões humanitários

Desde sexta-feira, 248 camiões carregados com ajuda conseguiram entrar na Faixa de Gaza. Mas se a trégua ofereceu momentos de tranquilidade aos habitantes de Gaza, a situação humanitária continua a ser “perigosa” e as necessidades “sem precedentes”, estima a agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA).

“Teríamos que enviar 200 camiões por dia durante pelo menos dois meses para satisfazer as necessidades”, disse o seu porta-voz da ONU, especificando que “não havia nem água potável nem alimentos” em certos lugares.

Milhares de residentes deslocados de Gaza aproveitaram a trégua para tentar regressar as suas casa, no norte, apesar dos avisos do exército israelense de que o terço norte da Faixa de Gaza é uma zona de guerra. Mais de metade das casas do território foram danificadas ou destruídas durante os confrontos, segundo a ONU, e 1,7 milhões de pessoas foram deslocadas, num total de 2,4 milhões de habitantes.

Novo navio israelense é preso no Iêmen

Um petroleiro pertencente a uma empresa ligada a Israel foi detido neste domingo no Golfo de Áden, ao largo da costa do Iémen, disse um oficial militar dos EUA – onde os rebeldes Houthi são aliados do Hamas. “Um número desconhecido de indivíduos armados não identificados apreendeu o navio Central Park no Golfo de Aden.

”Os Estados Unidos e as forças da coalizão intervieram e a tripulação do M/V Central Park está atualmente segura”, disse a Defesa Americana. Não ficou claro se os tripulantes permanecem a bordo do navio.

Este é o terceiro navio de carga afetado por um ataque de rebeldes iemenitas, que ameaçaram atacar navios israelenes ou aliados no Mar Vermelho, em retaliação à guerra em Gaza. Um navio de carga pertencente a um empresário israelense já foi danificado em um suposto ataque de drone iraniano no Oceano Índico na sexta-feira, uma semana depois que os Houthis capturaram um navio de carga ligado a Israel no sul do Mar Vermelho.

Com informações da AFP