A maior parte dos bebês prematuros que foram retirados dos hospitais de Gaza chegaram a instalações médicas no Egito. A transferência começou no domingo (19) no meio das operações militares israelitas no Al Shifa – o principal hospital de Gaza.
Com a eletricidade precária e a escassez de medicamentos, havia um risco grave dos recém-nascidos não sobreviverem se permanecessem na zona de guerra. Outros doentes em estado grave foram também transferidos para um local seguro. A maioria eram mulheres e crianças – que foram transportados de avião para Ancara, na Turquia.
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Israel prosseguiu com as operações no terreno em Gaza, incluindo ataques a hospitais. O exército israelita diz que o Hamas utilizou edifícios hospitalares como centros de comando e afirmam que foram mortos reféns nestas instalações.
As forças israelenses capturaram Shifa na semana passada para procurar o que disseram ser uma rede de túneis pertencente ao militantes islâmicos do Hamas construída no subterrâneo.
Centenas de pacientes, equipes médicas e pessoas deslocadas deixaram Shifa no fim de semana. O médicos disseram que foram expulsos pelas tropas, enquanto Israel afirmou que as partidas foram voluntárias.
Imagens ao vivo transmitidas pela TV Al Qahera do Egito mostraram equipes médicas retirando cuidadosamente bebês de dentro de uma ambulância e colocando-os em incubadoras móveis, então transportadas por um estacionamento em direção a outras ambulâncias.
Oito bebês morreram desde que os médicos de Shifa fizeram o alerta internacional neste mês sobre os 39 prematuros em risco devido à falta de controle de infecções, água potável e medicamentos na enfermaria neonatal.
No Hospital Indonésio, financiado por Jacarta, o Ministério da Saúde de Gaza disse que pelo menos 12 palestinos foram mortos e dezenas ficaram feridos por disparos contra o complexo cercado por tanques israelenses.
Autoridades de saúde disseram que 700 pacientes e funcionários estavam sob fogo israelense.
As Forças de Defesa de Israel (IDF, em inglês) disseram que as tropas dispararam contra combatentes no hospital enquanto tomavam “numerosas medidas para minimizar os danos” aos não-combatentes.
“Durante a noite, terroristas abriram fogo de dentro do Hospital Indonésio em Gaza contra as tropas israelenses que operavam fora do hospital”, disse a IDF à Reuters.
“Em resposta, as tropas da IDF atacaram diretamente a fonte específica do fogo inimigo. Nenhum projétil foi disparado contra o hospital.”
Reportagem adicional de Clauda Tanios, em Dubai, Emma Farge, em Genebra, e redações da Reuters