
Lady Gaga Foto: Divulgação
Uma tentativa de atentado a bomba foi desarticulada pela polícia durante o megaevento gratuito da cantora Lady Gaga, que reuniu uma multidão estimada em centenas de milhares de pessoas na Praia de Copacabana, no último sábado (3), no Rio de Janeiro. Um homem foi preso no Rio Grande do Sul e um adolescente apreendido no Rio de Janeiro por envolvimento direto no planejamento de um ataque com explosivos improvisados durante o espetáculo.
Segundo informações das autoridades, os suspeitos integravam um grupo extremista que articulava ações violentas com o objetivo de viralizar nas redes sociais. O plano incluía o uso de bombas caseiras e coquetéis molotov que seriam detonados em meio ao público. As investigações apontam que o grupo buscava engajamento digital através de um suposto “desafio coletivo”, com características semelhantes a movimentos extremistas internacionais que promovem ações coordenadas para gerar pânico e ganhar visibilidade online.
Continua depois da Publicidade
O adulto, identificado como o líder da célula, foi detido em flagrante em sua residência no interior do Rio Grande do Sul. Com ele, a polícia encontrou uma arma de fogo ilegal e indícios de fabricação de artefatos explosivos. Já o menor, localizado no Rio de Janeiro, foi apreendido por envolvimento direto no planejamento do atentado e também por posse de material de pornografia infantil — o que agravou a situação criminal do jovem. Ambos tiveram seus equipamentos eletrônicos apreendidos para análise.
Megaesquema de segurança evitou tragédia
Diante da magnitude do evento, que atraiu fãs de diversas partes do Brasil e do exterior, a Polícia Militar do Rio de Janeiro implementou uma operação de segurança sem precedentes. Ao todo, cerca de 3.300 policiais militares foram mobilizados, incluindo equipes especializadas do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), do Grupamento de Ações Táticas (GAT) e da Cavalaria.

A estratégia de segurança contou com 18 pontos de bloqueio e 18 pontos de revista • Divulgação/PM
O perímetro do show foi cercado por 18 pontos de bloqueio e 18 pontos de revista, onde agentes realizaram inspeções com auxílio de detectores de metais e sistemas de reconhecimento facial. Ao longo da noite, 251 objetos perfurocortantes foram apreendidos — incluindo facas, canivetes e tesouras — e quatro pessoas foram detidas por crimes como furto e receptação.
O comando da operação foi centralizado no Centro Integrado de Comando e Controle Móvel (CICCM), instalado estrategicamente na Praça do Lido. De lá, autoridades civis e militares monitoraram, em tempo real, imagens captadas por drones e câmeras fixas espalhadas por toda a orla. Esse monitoramento permitiu uma resposta rápida a qualquer movimentação suspeita.
Ação coordenada entre estados foi fundamental
A descoberta e neutralização do atentado só foi possível graças a uma ação conjunta entre a Polícia Civil do Rio de Janeiro, a Polícia Militar, e agentes do setor de inteligência de outros estados. O cruzamento de dados, conversas interceptadas e monitoramento de redes sociais foram essenciais para identificar o grupo antes que qualquer explosivo fosse acionado.
O governador do Rio de Janeiro, em nota, elogiou o trabalho das forças de segurança e destacou a importância da cooperação interestadual no combate a crimes com potencial de causar tragédias em massa. “Essa ação evitou um desastre que poderia ter marcado para sempre um evento histórico para o Rio. O comprometimento das nossas forças de segurança salvou vidas”, afirmou.
A Polícia Federal foi acionada para aprofundar as investigações sobre possíveis conexões do grupo com movimentos extremistas internacionais e para rastrear outros possíveis envolvidos.