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Brasil

Morre Zagallo, ícone do futebol brasileiro, aos 92 anos

O ex-treinador da Seleção Brasileira e jogador de futebol Zagallo morreu neste sábado, 6, aos 92 anos. A informação foi compartilhada nas redes sociais do ex-jogador e ex-técnico de futebol.


“Um pai devotado, avô amoroso, sogro carinhoso, amigo fiel, profissional vitorioso e um grande ser humano. Ídolo gigante. Um patriota que nos deixa um legado de grandes conquistas. Agradecemos a Deus pelo tempo que pudemos conviver com você e pedimos ao Pai que encontremos conforto nas boas lembranças e no grande exemplo que você nos deixa”, diz o comunicado publicado nesta madrugada.

Nota de falecimento de Zagallo (Crédito: Reprodução/Instagram)

Quem foi Zagallo

Mário Jorge Lobo Zagallo nasceu em Atalaia, no Paraná, e deixou os filhos Maria Emilia, Paulo Jorge, Mário César e Maria Cristina. Zagallo, que ficou famoso por estar à frente da Seleção Brasileira em inúmeros momentos vitoriosos, foi casado com Alcina de Castro de 1955 até 2012, quando ela morreu por insuficiência respiratória. Alcina foi o grande amor de sua vida, e Zagallo sempre relembrava seu relacionamento com grande emoção em suas mídias sociais.

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Além de atuar como técnico, Zagallo também foi jogador de futebol, e se destacava como ponta-esquerda. O Velho Lobo, como era conhecido, tinha o recorde de títulos das Copas da FIFA. Até hoje, ele foi uma das três pessoas a conquistar a Copa do Mundo em diferentes papeis: como jogador, foi vitorioso em 1958 e em 1962. Em 1970, foi campeão como treinador da equipe. E, em 1994, levou o tetra como coordenador técnico, quando o Brasil derrotou a Itália.

O jogador Zagallo chora durante a comemoração pela conquista do bicampeonato mundial de futebol, após vitória da seleção do Brasil sobre o Chile por 4 a 2, no estádio Nacional do Chile, em Santiago, em 1962 / REGINALDO MANENTE/ESTADÃO CONTEÚDO

Foi treinador da Seleção Brasileira também em 1974 e em 1998, quando obteve, nessa última, o vice-campeonato. Em 2006, atuou novamente como coordenador técnico da Seleção durante a Copa, fazendo parte da comissão de Carlos Alberto Parreira. Com a presença do Velho Lobo e sua expertise, foram cinco finais em sete participações na Copa. Por toda essa contribuição ao futebol, Zagallo foi agraciado com a Ordem de Mérito da FIFA em 1992.

Bom de bola e bom de técnica eram seus talentos inegáveis, mas ele também ficou conhecido por não ter medo de dar sua opinião. A frase “vocês vão ter que me engolir” é famosa (e repetida) até hoje. Como afirmou em entrevista ao UOL, a declaração era, na verdade, um desabafo proferido logo após a conquista da Copa América, em 1997. Na época, Zagallo sofria uma pressão muito forte da imprensa e havia uma certa “campanha”, por parte de alguns jornalistas, para que Vanderlei Luxemburgo ocupasse sua posição.

“Estavam fazendo uma onda muito grande para colocar o Luxemburgo no meu lugar, e partiu do [Juca] Kfouri e do Juarez Soares, e eu não podia falar nada, tinha que esperar acontecer, e aconteceu: o título veio, e aí eu dei uma explosão. Foi uma resposta indireta para eles”, recordou o técnico.

Zagallo passou os últimos anos de maneira tranquila, lembrando os muitos momentos de glória. Em outubro de 2022, foi homenageado com uma estátua de cera no Museu da Seleção, na sede da CBF, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. O Velho Lobo foi reproduzido de acordo com sua aparência na Copa de 1998, na França, ano em que dirigiu a Seleção Brasileira.
Com seu otimismo habitual, Zagallo ficou emocionado com a homenagem e recebeu amigos na inauguração da estátua com sua imagem, de Parreira a Tite, atual comandante da Seleção. E ainda vibrou junto pelo Hexa: “Eu vou te ver levantando o caneco”, disse Zagallo a Tite.

O técnico da brasileira seleção, Zagallo (e), consola o atacante Ronaldo após derrota na final da Copa do Mundo de 1998, para a França, anfitriã do torneio / CELIO JR/ESTADÃO CONTEÚDO

Títulos de Zagallo pela Seleção Brasileira

  • Como jogador: Copa do Mundo (1958 e 1962); Taça do Atlântico (1960); Taça Oswaldo Cruz (1958, 1961 e 1962); Taça Bernardo O’Higgins (1959 e 1961); Copa Roca (1960 e 1963);
  • Como técnico: Copa do Mundo (1970); Copa América (1997); Copa das Confederações (1997); Copa Roca (1971); Taça Independência (1972); Copa Umbro (1995); Pré-Olímpico (1996);
  • Como coordenador técnico: Copa do Mundo (1994); Copa América (2004); e Copa das Confederações (2005).