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Leilão para importar arroz não é mais necessário

Ministro Carlos Fávaro, declarou que neste momento é mais plausível que tenha estímulo à produção interna.


O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afastou a possibilidade de um novo leilão de arroz, pelo menos por enquanto. Em entrevista à GloboNews, Fávaro disse que há um edital pronto, mas que haverá uma reunião com a Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul e com a indústria para debater o tema, ainda nesta quarta-feira, 3, após o anúncio do Plano Safra.

Para o ministro, no momento, “não se faz necessário novos leilões de importação”. “Vamos buscar alguns compromissos com eles [do sindicato], de estabilidade de preço, de logística eficiente, e eles mesmos podem nos dizer um momento, se for necessário, alguma intervenção do governo”, afirmou.

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O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, disse que o leilão para importar arroz, que acabou sendo cancelado após uma série de problemas, acabou de alguma forma auxiliando na queda dos preços do cereal.

Edegar Pretto contou como vai trabalhar com os arrozeiros depois de assinar o termo de responsabilidade que evita a alta de preços e desabastecimento no Estado – Foto: Alina Souza

Conforme Pretto, mesmo que não tenha ocorrido, o leilão surtiu efeitos positivos:

— Ficou marcado um próximo encontro para que o setor também nos ajudasse a apontar um caminho de quais as condições que nós teríamos a anunciar através do leilão para garantir um preço menor de arroz para os consumidores — afirmou.

Os arrozeiros tinham até a quinta-feira (27-06) para apresentar uma proposta ao governo federal que o convencesse a suspender a importação do produto. Até então a iniciativa do governo tinha o objetivo de evitar que o alimento chegasse ao consumidor com preços elevados ou ficasse em falta.

A proposta que o setor fez ao Conab recomenda que os preços do produto em todas as regiões do país sejam observados e monitorados. Caso ocorra uma variação de preços que aumente no bolso do consumidor, a companhia pode intervir e garantir que o abastecimento seja feito de forma adequada, bem como garantir mais postos de venda para que o valor fique estabilizado. A estratégia será aumentar a demanda para diminuir a oferta.

Além disso, Pretto afirma que a instituição está prestes a anunciar um contrato de opção de venda para que o agricultor tenha como garantia que o produto será comprado. Essa modalidade de acordo entre as partes garante uma maior segurança para o produtor rural de vender o produto para o governo federal com um preço previamente fixado. Caso a oferta de mercado seja melhor, o agricultor tem a opção de não vender para o Estado.

Demanda aquecida

O mercado de arroz em casca no Rio Grande do Sul fechou o mês de junho com preços estáveis, mesmo diante de um ritmo lento de negócios e um cenário de incertezas. De acordo com pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o principal fator de suporte aos preços foi a demanda internacional aquecida, com exportações mais atrativas do que as vendas no mercado interno.

Associação de Supermercados afirma que não há falta de produtos nas lojas – Foto: Caio Vasconcelos

A expectativa é que o mercado continue observando o comportamento da demanda internacional e as condições climáticas, que têm impactado diretamente a produção e os preços do arroz no estado.