
José Ferreira da Silva, conhecido como “Frei Chico” vira alvo de investigação da PF – Foto: Reprodução
O sindicalista José Ferreira da Silva, conhecido como “Frei Chico” disse que espera a investigação de “toda a sacanagem” do INSS. Irmão do presidente Lula (PT), Frei Chico virou alvo da Polícia Federal (PF) por dirigir um dos sindicatos acusados de envolvimento na fraude bilionária relacionada a descontos irregulares em benefícios de aposentados do INSS.
Frei Chico é vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), uma das 11 entidades investigadas no âmbito da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal. Segundo o irmão de Lula, o Sindnapi não cometeu irregularidades.
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“Eu espero que a Polícia Federal investigue de fato toda a sacanagem que tem. Agora, o nosso sindicato, eu tenho que certeza que nós não temos nada, não devemos m* nenhuma. Eu espero que ela investigue de fato porque tem muitas entidades por aí picaretas. Nosso sindicato já foi investigado, já foi feita auditoria e essas coisas. Estamos tranquilos”, disse Frei Chico ao Estadão, nesta quarta-feira (23).
Sindicato dirigido por irmão de Lula é investigado por fraudes no INSS
Frei Chico disse ainda que não poderia entrar em detalhes sobre a operação da PF porque é novo na diretoria do sindicato. O sindicalista é o número dois no comando da entidade. Acima dele está apenas o presidente do Sindnapi, Milton Baptista de Souza Filho, conhecido como “Milton Cavalo”.
O Sindnapi sai em defesa de Frei Chico
Após a deflagração da operação da PF, na quarta, o Sindnapi divulgou uma nota em defesa do irmão do presidente Lula.
“Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem uma trajetória respeitada no sindicalismo. Iniciou sua militância ainda nos anos 1960, antes mesmo do irmão, como metalúrgico em São Bernardo do Campo (SP), e foi um dos pioneiros na organização dos trabalhadores no ABC Paulista. Atuou com coragem durante o regime militar, sendo uma das vozes mais firmes na luta pela redemocratização do Brasil e pelos direitos dos anistiados políticos”, diz um trecho da nota.
Operação Sem Desconto
De acordo com a investigação, os descontos irregulares, sem a autorização de aposentados e pensionistas, teriam alcançado quase R$ 8 bilhões de 2016 a 2024. Quase 100% dos descontos, segundo a Controladoria-Geral da União (CGU), teriam sido feitos de forma irregular.
Os sindicatos investigados formalizaram Acordos de Cooperação Técnica (ACT) com o INSS, o que permitia o desconto em folha dos beneficiários.
Segundo a apuração, o sindicato de Frei Chico seria responsável por descontos irregulares na ordem dos R$ 77 milhões. O Sindnapi foi alvo de busca e apreensão.
Durante a operação, foram cumpridos 211 mandados de busca e apreensão, além de ordens de sequestro de bens que somam mais de R$ 1 bilhão e seis mandados de prisão temporária em 14 unidades da federação, incluindo o Distrito Federal.
Até o momento, seis servidores públicos foram afastados de suas funções — entre eles, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que mais tarde pediu demissão do cargo.
Com informações da Gazeta do Povo