A carta manuscrita era destinada “ao mundo” e dizia: “Isso foi uma tentativa de assassinato contra Donald Trump, mas falhei”, segundo os documentos revelados pela Promotoria. “Fiz o quanto pude e dei tudo de mim. Agora depende de vocês terminarem o trabalho e oferecerei 150.000 dólares a quem puder completá-lo”, acrescenta.
A caixa também continha munição, um tubo metálico e quatro telefones, segundo a Procuradoria.
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Routh acusa o ex-presidente de ter provocado um caos no Oriente Médio ao fechar as portas em 2018 para um acordo internacional das grandes potências com o Irã sobre o programa nuclear da República Islâmica. Ele também esteve na Ucrânia para defender o país da invasão russa.
Não está claro se o suspeito se refere à tentativa de assassinato contra Trump em um campo de golfe do bilionário na Flórida (sudeste) ou a outro anterior.
Em julho, Trump ficou ferido de raspão em uma primeira tentativa de assassinato nesta campanha, durante um comício na Pensilvânia. Neste incidente, o serviço de segurança matou o autor dos disparos. O suspeito foi identificado como Thomas Matthew Crooks, de 20 anos.

Autor de 2º atentado contra Trump deixou carta confirmando a tentativa de assassinato – Foto: reprodução
Detalhes da investigação
Uma testemunha revelou aos investigadores que, meses antes do incidente, Routh havia deixado uma caixa em sua casa contendo munição, materiais de construção, ferramentas, quatro celulares e diversas cartas. Após a tentativa de assassinato, a testemunha abriu a caixa e encontrou um documento onde Routh declarava: “Esta foi uma tentativa de assassinato contra Donald Trump, mas eu falhei com você. Agora cabe a você terminar o trabalho; e eu oferecerei US$ 150 mil a quem puder concluí-lo.”
A carta de Routh também continha críticas a Trump, destacando: “Trump cortou as relações com o Irã como uma criança, e agora o Oriente Médio se desfez.”
Preparação do atentado
Os promotores revelaram que Routh esteve nas proximidades da residência de Trump em Mar-a-Lago e do campo de golfe de Trump em várias ocasiões nos dias que antecederam sua prisão. Ele também fez buscas na internet sobre como viajar da Flórida para o México e carregava uma lista de datas e locais onde Trump estaria presente.
Routh foi visto pela última vez próximo a Mar-a-Lago em 15 de setembro, o dia em que foi preso. Dados de celular confirmaram que ele passou dias observando os arredores da residência e do campo de golfe de Trump, sugerindo que o suspeito esteve vigiando o local por até 12 horas antes de ser interceptado.

O caso levanta preocupações sobre a segurança de Trump e revela a intolerância de esquerdistas contra candidatos e grupos de direita – Foto: reprodução
A prisão
Routh foi detido após a polícia identificar seu carro em uma rodovia próxima ao campo de golfe. Durante a busca em seu veículo, os agentes encontraram seis celulares, um passaporte, uma carteira de motorista do Havaí e 12 pares de luvas. Um dos celulares continha uma pesquisa sobre como viajar do Condado de Palm Beach, na Flórida, para o México.
Segundo os promotores, Routh teria fugido do Trump International Golf Course no dia 15 de setembro, após ser visto por um agente do Serviço Secreto que avistou o rifle saindo da vegetação próxima a Trump e atirou em sua direção.
Histórico e motivações
Routh, de 58 anos, possui um histórico de tentativas frustradas de se juntar à luta contra a Rússia na Ucrânia. Ele também esteve no Havaí, onde trabalhou na construção civil. Em suas postagens online, o suspeito expressou desilusão com Trump, afirmando ter votado nele em 2016, mas que o ex-presidente havia se tornado uma decepção. Em um livro que autopublicou, Routh chegou a incentivar o Irã a assassinar Trump, dizendo: “Vocês são livres para assassinar Trump.”
Consequências legais
Inicialmente, Routh foi acusado de dois crimes relacionados a armas de fogo, mas os promotores indicam que acusações mais graves poderão ser apresentadas conforme a investigação avança. Ele deve comparecer ao tribunal nesta segunda-feira (23/09) para uma audiência de detenção, onde será decidido se permanecerá preso enquanto aguarda julgamento.
Com agências