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Saiba mais sobre o “urbex”, prática relançada nas redes sociais que causou morte de jovens

O “urbex” ou “exploração urbana” consiste em invadir construções abandonadas ou locais inativos, fechados ao público em geral. Incentivada pelas redes sociais, onde os invasores dividem suas "aventuras" em vídeos e fotos conquistando milhões de seguidores. A prática causou, a morte de dois adolescentes, de 15 e 17 anos no último fim de semana na França.


Os dois trágicos acidentes aconteceram com menos de 48 horas de diferença. Uma menina de 15 anos morreu no sábado (27/04) ao cair do telhado de uma fábrica abandonada na cidade de Unieux, na região do Loire. Um jovem de 17 anos que a acompanhava ficou gravemente ferido.

Durante a noite de domingo para segunda-feira, um adolescente, também de 17 anos, caiu da cúpula do Hôtel-Dieu, um dos maiores prédios e ponto turístico da cidade de Lyon, de onde pretendia fotografar o nascer do sol. Em janeiro deste ano, um jovem de 19 anos também morreu ao cair do viaduto Garabit, em Cantal. Todos praticavam o “urbex”.

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Invasão de lugares abandonados

A prática surgiu nos Estados Unidos na década de 1980, e vem ganhando cada vez mais adeptos tornando-se mais popular graças às redes sociais. Ao registrar os locais proibidos, que muitas vezes estão envolvidos em histórias de mistério e curiosidade, os praticantes vão angariando cada vez mais likes, mas investem em situações em que muitas das vezes arriscam a própria vida.

Uma praticante, que faz a atividade há dez anos, disse à rádio francesa FranceInfo que a popularização do “urbex” nas redes sociais atrai cada vez mais jovens que se esforçam para conseguir imagens diferenciadas, desrespeitando regras básicas de segurança.

O “urbex”, tendência que teve início nos anos 80, consiste em invadir locais abandonados, públicos ou privados – Foto: AFP

Riscos e crimes

Além dos riscos, já que os alvos dos praticantes são lugares abandonados há muitos anos, a prática do “urbex” pode também configurar crime. Muitos praticantes não respeitam propriedades privadas e a invasão de domicílios, que pode ser punida com pena de prisão de três anos e multa de € 45 mil, cerca de R$ 251 mil reais.

Entre as “regras” do “urbex” está também o fato de não revelar o endereço exato do local invadido. Porém, com a popularização, muitos praticantes não têm respeitado esta norma, o que atrai muitas outras pessoas ao lugar, causando furtos de fiações, depredações e pichações.

Grupo no Brasil busca criar valor na prática do urbex

A Capital do Oeste é uma das cidades brasileiras que compõem a rota do grupo de exploração do Mundo Urbex Urbano, uma iniciativa dedicada a explorar locais e espaços abandonados que carregam muita história e cultura. Com foco em registrar e divulgar estes pontos, a parceria entre a Rede Minas, Canal Rural e Rede RBI de TV, por meio de uma equipe de profissionais de comunicação, percorre o Brasil gerando conteúdo e, posteriormente, reproduzindo o material nos canais da televisão aberta. No sábado (15), eles passaram por Barreiras para conhecer melhor alguns cenários arquitetônicos do Município.

Foto: reprodução

O antigo Matadouro, o Aeroporto Dom Ricardo Weberberger e a Usina Dr. Geraldo Rocha foram os pontos explorados, em Barreiras. Uma pausa para entender melhor sobre a história da Capital do Oeste foi feita durante uma conversa com a historiadora Ignês Pitta, que relatou fatos e dados importantes acerca da evolução do Município.  “Na pesquisa prévia já identificamos que Barreiras tinha um ‘quê’ especial em relação à história de personagens e até mesmo de logística, e em relação à história do Brasil está relativamente desconhecida, pelo menos do grande público do eixo Rio-São Paulo”, diz Marcelo Liochi, pesquisador e explorador da equipe que saiu de São Paulo, passou por Goiás e segue para o Piauí, Pernambuco, Sergipe e retorna, passando antes por Ilhéus e Minas Gerais.

A Diretoria de Comunicação da Prefeitura de Barreiras (Dircom) acompanhou um pouco do trabalho realizado pelo Mundo Urbex durante sua passagem pela Capital do Oeste. “É uma iniciativa muito interessante e que mostra detalhes sobre espaços arquitetônicos de todo o Brasil. Por onde eles passam deixam placas interativas com o QR Code, que quando acessado, traz dados e informações sobre aquele determinado local. Ficamos bastante orgulhosos de Barreiras integrar este projeto”, revela o diretor de comunicação, Edivaldo Costa

Fotos: reprodução

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O projeto Mundo Urbex está na sua terceira temporada, desta vez, para a TV Cultura e conta com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), fundo destinado ao desenvolvimento articulado de toda a cadeia produtiva da atividade audiovisual no Brasil.