Desde as primeiras horas da madrugada, venezuelanos fizeram filas para votar em diversos pontos do país. A oposição, no entanto, acusa o governo de dificultar o acesso dos eleitores em áreas onde o chavismo é impopular. Além disso, uma das chefes da campanha opositora, Delza Solorzano, também acusou o Conselho Nacional Eleitoral de vetar o acesso da Plataforma Unitária à sala de totalização dos votos.
Desde o fim de semana, Maduro tem impedido a entrada de observadores eleitorais convidados pela oposição para acompanhar a votação. Durante o domingo, o governo chavista divulgou pesquisas de boca de urna que dariam vantagem a Maduro sobre Gonzalez, mas a prática é vedada pela própria legislação eleitoral venezuelana. O Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo regime, ainda não forneceu estimativas de comparecimento.
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Por meio de sua conta no X, a coalizão opositora Plataforma Unitária convocou seus eleitores a comparecer às seções de votação para acompanhar a emissão das atas de votação, como meio de evitar fraudes. Além disso, a oposição também tem fiscais eleitorais em cada zona, mas ao longo do dia tem havido denúncias de que o regime tem barrado essas testemunhas em alguns colégios eleitorais e na sede do Conselho Nacional Eleitoral.
Oposição cobra fechamento de centros de votação e pede por apuração
A oposição da Venezuela está pedindo às autoridades que fechem as urnas e comecem a contar os votos. Por lei, os centros de votação devem fechar às 18h (19h em Brasília), mas também devem permanecer abertos caso ainda haja eleitores na fila.
Às 18h11 no horário local, a líder da oposição María Corina Machado recorreu às redes sociais para exigir que o Conselho Nacional Eleitoral fechasse mais de 15 mil centros de votação em todo o país.
Horário de votação deve ser estendido após locais de votação ainda com filas
Segundo a Rádio Nacional da Venezuela, estatal ligada ao chavismo, o Conselho Nacional Eleitoral ainda não determinou o fechamento dos locais com filas de eleitores ainda esperando para votar. A expectativa é que haja uma extensão do horário. A principal preocupação da oposição é verificar as atas de votação emitidas em cada sessão para tentar evitar possíveis fraudes.
Há relatos de que muitas seções sem filas estão com o horário estendido, em uma aparente tentativa de atrair eleitores pró-chavismo. A medida, no entanto, seria ilegal, já que apenas seções com fila podem ter a votação estendida. As zonas eleitorais lotadas tendem a ter mais eleitores simpáticos à oposição.
Oposição fala em participação histórica e acusa Maduro de dificultar votação
A campanha do candidato opositor à presidência da Venezuela, Edmundo González, disse neste domingo, 28, que o índice de participação na eleição de hoje deve chegar a 54,8%. O número é projetado com base nos relatos de fiscais de mesa da oposição com acesso às zonas de votação e, se confirmado, deve favorecer a chapa da Plataforma Unitária.
A votação transcorreu em clima de calma e se encerrou às 19h, mas há temores crescentes entre opositores, especialistas e alguns observadores eleitorais de que a ditadura de Nicolás Maduro tente fraudar o resultado da eleitoral. Quem ainda está na fila tem direito a votar, segundo a lei eleitoral.
Maduro tem impedido a entrada de observadores eleitorais convidados pela oposição para acompanhar a votação. Durante o domingo, o governo chavista divulgou pesquisas de boca de urna que dariam vantagem a Maduro sobre Gonzalez, mas a prática é vedada pela própria legislação eleitoral venezuelana. O Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo regime, ainda não forneceu estimativas de comparecimento.