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Conselho de Segurança da ONU se reúne neste sábado após ataque ucraniano na Rússia

Mais de uma dúzia de pessoas foram mortas em ataques ucranianos na capital da província russa de Belgorod, informou no sábado o Ministério de Emergências da Rússia, com o Ministério da Defesa russo prometendo que o ataque "não ficará impune".


A Rússia convocou uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para este sábado (30), acusando a Ucrânia de ter atacado civis na cidade de Belgorod com mísseis e foguetes, matando pelo menos 14 pessoas e ferindo dezenas de outras.

Foi um ataque, disse Moscou, que “não ficaria impune”.

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O ataque ocorreu um dia depois de a Ucrânia afirmar que uma série de ataques com mísseis russos contra várias cidades matou pelo menos 39 pessoas, ferindo dezenas de outras.

Belgorod fica a cerca de 30 quilómetros da fronteira com a Ucrânia e tem sido repetidamente atingida pelo que Moscovo considera serem bombardeamentos indiscriminados por parte das forças de Kiev.

Ataque deixou 14 mortos em Belgorod, na Rússia — Foto: Handout/RUSSIAN EMERGENCIES MINISTRY/AFP

Imagens não verificadas mostraram destroços espalhados pelas ruas e fumaça saindo de carros incendiados no centro da cidade. Uma grande explosão pode ser ouvida em imagens da câmera postadas nas redes sociais.

A AFP não conseguiu verificar imediatamente as circunstâncias do ataque, um dos mais mortíferos em solo russo desde que Moscovo lançou hostilidades contra a Ucrânia em fevereiro de 2022.

Dois mísseis Vilkha e foguetes de fabricação tcheca foram usados ​​no ataque, disse a Rússia.

O Conselho de Segurança da ONU se reunirá às 16h, horário de Nova York (21h GMT), de sábado, para discutir os ataques em Belgorod, anunciou a missão da Rússia na ONU.

Tanto o presidente russo, Vladimir Putin, como o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, deverão discursar no domingo, véspera de Ano Novo, à medida que o conflito se aproxima do seu segundo aniversário, em fevereiro.

‘Não ficará impune’

Anteriormente, o Ministério de Emergências da Rússia disse que o último número de mortos foi de 12 adultos e duas crianças.

“Outras 108 pessoas, incluindo 15 crianças, ficaram feridas”, acrescentou.

O Kremlin disse que Putin foi informado sobre o incidente, enquanto o Ministério da Defesa russo alertou que o ataque “não ficaria impune”.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia, que tem repetidamente criticado as entregas de armas ocidentais à Ucrânia, acusou os Estados Unidos e a Grã-Bretanha de “incitar o regime de Kiev a cometer ações terroristas”.

As autoridades ucranianas não comentaram imediatamente.

Na Ucrânia, os serviços de emergência continuaram a vasculhar os escombros no sábado, um dia depois de os ataques russos terem matado pelo menos 39 pessoas, um dos ataques mais violentos desde os primeiros dias do conflito.

Escolas, uma maternidade, galerias comerciais e blocos de apartamentos estavam entre os edifícios atingidos pelo ataque de sexta-feira, que provocou condenação internacional.

Os militares ucranianos estimaram que a Rússia lançou 158 mísseis e drones contra a Ucrânia e 114 deles foram destruídos.

“O trabalho ainda está em andamento para eliminar as consequências do ataque russo de ontem”, disse Zelensky neste sábado.

O dia 1º de janeiro será declarado dia de luto na capital Kiev, onde pelo menos 16 pessoas foram mortas, disse o prefeito Vitali Klitschko.

Mais três pessoas foram mortas por ataques russos em toda a Ucrânia no sábado, disseram autoridades locais.

O exército russo disse ter “realizado 50 ataques em grupo e um ataque massivo” contra instalações militares na Ucrânia durante a semana passada, acrescentando que “todos os alvos foram atingidos”.

As Nações Unidas condenaram os ataques e disseram que devem parar “imediatamente”.

Míssil ‘entrou’ no espaço aéreo polonês

A Polónia informou que um míssil russo passou brevemente pelo seu espaço aéreo durante os ataques de sexta-feira.

Depois de falar com o presidente polaco, Andrzej Duda, o chefe da NATO, Jens Stoltenberg, disse que a aliança “é solidária” com a Polónia, acrescentando: “A NATO permanece vigilante”.

Face aos contínuos ataques russos, a Ucrânia insta os aliados ocidentais a manterem o apoio militar.

O assessor presidencial da Ucrânia, Andriy Yermak, disse que Kiev precisa de “mais apoio e força para acabar com este terror”.

O presidente dos EUA, Joe Biden, apelou na sexta-feira ao Congresso para superar a sua divisão para aprovar uma nova ajuda à Ucrânia, depois de Washington ter divulgado o seu pacote final de armamento ao abrigo dos acordos existentes ainda a renovar.

“A menos que o Congresso tome medidas urgentes no novo ano, não seremos capazes de continuar a enviar as armas e os sistemas vitais de defesa aérea de que a Ucrânia necessita para proteger o seu povo”, disse Biden.

“O Congresso deve intensificar e agir sem mais demora.

A Grã-Bretanha anunciou que enviaria mais centenas de mísseis de defesa aérea para Kiev, depois do primeiro-ministro Rishi Sunak ter declarado: “Devemos continuar a apoiar a Ucrânia – enquanto for necessário”.

(Com informações da AFP)