Israel alertou o Hezbollah na terça-feira (18) sobre a perspectiva de “guerra total” depois que o grupo militante libanês publicou um vídeo de 9 minutos, supostamente gravado por um drone, mostrando localizações militares e civis israelenses em várias cidades israelenses.
“Estamos chegando muito perto do momento de decidir mudar as regras do jogo contra o Hezbollah e o Líbano”, disse o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, em um comunicado no X. “Em uma guerra total, o Hezbollah será destruído, e o Líbano seria severamente espancado”, acrescentou.
Continua depois da Publicidade
Partes das imagens do Hezbollah, filmadas durante o dia, alegavam mostrar Krayot, um aglomerado de cidades residenciais “altamente povoadas” ao norte da cidade israelense de Haifa e 28 km ao sul da fronteira com o Líbano, junto com shoppings e lojas de luxo.
Outras partes alegaram mostrar um complexo militar perto de Haifa, que pertence ao fabricante de armas israelenses Rafael – incluindo baterias do sistema de defesa Iron Dome, locais de armazenamento de mísseis e equipamentos de radar – e barcos militares, navios e depósitos de armazenamento de petróleo no porto de Haifa.
A publicação do vídeo ocorre após meses de intensificação de ataques transfronteiriços entre o Hezbollah e Israel, na sequência dos ataques do Hamas em 7 de outubro e da subsequente campanha militar das Forças de Defesa de Israel em Gaza.
Resposta do Hezbollah
“O inimigo sabe muito bem que nos preparamos para o pior (…) e que não haverá nenhum lugar (…) a salvo dos nossos foguetes”, afirmou Nasrallah, em resposta à uma possível ofensiva contra o Líbano.
A declaração foi uma resposta ao anúncio feito na véspera pelo Exército israelense, que afirmou estar preparando uma “ofensiva” contra o Hezbollah, após semanas de intensificação dos disparos de ambos os lados da fronteira. No discurso, Nasrallah disse que tiros contra o território israelense poderiam vir “por terra, ar e mar”.
O líder do Hezbollah disse ainda que seu movimento havia usado “apenas uma fração de suas armas” desde que abriu fogo no sul do Líbano em 8 de outubro em apoio ao seu aliado palestino Hamas, em Gaza. Ele afirmou que seu grupo tinha mais de 100.000 soldados prontos para o combate.
Confronto fronteiriço
De fato, a fronteira entre Israel e o Líbano tem sido palco de duelos quase diários de artilharia desde o início, em 7 de outubro, da guerra na Faixa de Gaza entre Israel e o movimento islâmico palestino Hamas, aliado do Hezbollah.
No entanto, o grupo libanês também lançou, pela primeira vez, uma ameaça visando também um país europeu que venha a apoiar as forças israelenses. Nasrallah alertou que Chipre poderia ser alvo de retaliações, caso essa pequena nação insular da União Europeia permita que Israel utilize seus aeroportos e bases para lançar uma ofensiva.
“Abrir aeroportos e bases cipriotas ao inimigo israelense para atacar o Líbano significaria que o governo cipriota está participando da guerra, e a resistência considerará isso como parte da guerra”, advertiu Nasrallah em seu discurso.
Chipre é o país membro da União Europeia mais próximo do litoral do Oriente Médio.
(Com agências)