
Reino Unido da Liberdade mostrou espetáculo em homenagem as matriarcas (Foto: Márcio Silva)
A Reino Unido da Liberdade entrou em grande estilo na avenida para mostrar o peso da tradição. O primeiro setor da escola de samba foi o Pachamama e trouxe a “Luz que dá vida ao mundo” para iniciar o conto das matriarcas. Na comissão de frente, 15 integrantes representaram o nascimento e a vida. A apuração foi realizada no Centro de Convenções de Manaus, na tarde desta segunda-feira (3).
O carro abre-alas veio logo após a Ala das Baianas. A aposta da Reino foi retratar a vida na floresta. Repleto de elementos como animais da fauna amazônica, o carro impressionou o público. Mas, apesar da beleza e da imponência, o primeiro carro da escola teve problemas logo no primeiro trecho da avenida e quase bateu da grade esquerda.
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Carro abre-alas da Reino Unido da Liberdade retrata a vida na floresta – Foto: Reprodução
Com o enredo “Êpahey, Reino Unido! Mojubá, Gbogbo Orixá!”, a Escola de Samba situada no Morro da Liberdade, Zona sul de Manaus trouxe para a avenida uma celebração das religiões de matriz africana e levou o público a uma verdadeira viagem pelas raízes africanas e afro-brasileiras.
A agremiação foi a penúltima a desfilar e trouxe uma representação repleta de simbolismo. Esse foi o 14º titulo da agremiação.
Confira a ordem de classificação geral das escolas do grupo especial:
- Reino Unido da Liberdade – 269,70 pontos
- Mocidade Independente de Aparecida – 267,90 pontos
- Vitória Régia – 267,80 pontos
- Unidos do Alvorada – 267,77 pontos
- Vila da Barra – 266,9 pontos
- Andanças de Ciganos – 266,80 pontos
- Grande Família – 265,90 pontos
- Sem Compromisso – 265, 20 pontos
Ainda no primeiro setor, a entrada da Bateria Furiosa misturou a cadência do batuque com os passos de dança dos integrantes. Adultos, jovens e até crianças fizeram parte da levada, que também contou com a inclusão de pessoas com deficiência.
O ritmo ecoou em harmonia com a corte da escola, a tríade das Furiosas da Reino, composta por Geórgia Varela, (Rainha da Bateria), Jéssica Viana (Madrinha da Bateria) e Ellen Juliana (Rainha da Escola) mostrou que a ‘fúria’ também dá lugar a graciosidade dos passos de samba.
No segundo setor, a escola deu ‘asas ao sonho’ do filho do morro, personagem que adormeceu para conhecer os mistérios da ancestralidade feminina das matriarcas, com destaques para a deusa grega da fertilidade Hera e a rainha dos mares, Iemanjá.
Quem ‘abençoou’ o sonho foi Nanã. Tida como a avó da matriz africana, a mais velha dos orixás, ela veio representada na frente do segundo carro alegórico como a mãe primordial, sendo uma lembrança de que as divindades Matriarcas dos povos africanos merecem reverência e adoração.
O sonho continua no terceiro setor, voltado para o ‘Fruto da Resistência’. As alas representaram a força da mulher, o poder do conhecimento e o amor materno. Esses elementos vieram representados no terceiro carro da escola, que carregou as diversas profissionais matriarcas, desde de médicas a professoras.
Último ato foi o despertar do sonho com o quarto setor ‘Respeito, força e fé’ quando o filho do Morro acorda para apreciar a grandeza do dia a dia no morro, representada no carro ‘Abençoai a Reino Unido’, como uma homenagem a todas as matriarcas do bairro da zona sul de Manaus.
A escola fechou a apresentação as cegas, já que o painel do cronômetro da passarela ficou congelado. Apesar do contratempo, a Liga Independente das Escolas de Samba do Amazonas (LIESA) informou que a apresentação foi dentro do regulamento, com 1h6m.
O tempo foi comemorado pelo presidente, Rangel Magalhães, que atribuiu o feito ao comprometimento de todos no desfile. Confiante, ele acredita que a Reino vai levar o título de grande campeã.