
Fotos: Carlos Augusto de Melo Filho
A 29ª Parada do Orgulho LGBT+ na Av. Paulista em SP, teve por objetivo dar visibilidade aos desafios enfrentados por pessoas LGBTQIAPN+ na terceira idade. Além do etarismo, grupo enfrenta a solidão, dificuldades no acesso à saúde e escassez de políticas públicas.
A Parada foi marcada por uma presença massiva nas ruas da cidade, com estimativas de mais de 3 milhões de pessoas em marcha, de acordo com a organização do evento.
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A festa, que ocorre todos os anos no último domingo de junho, se consolidou como um dos maiores eventos de visibilidade LGBT+ do mundo e, mais uma vez, refletiu a luta da comunidade por direitos, visibilidade e respeito.

Fotos: Carlos Augusto de Melo Filho
Este ano, no entanto, surgem questões sobre a real ampliação do número de participantes, especialmente quando comparamos com edições anteriores. Enquanto algumas fontes indicam um aumento nas estimativas de público, outras levantam o debate sobre as possíveis variações no perfil das pessoas presentes e se isso realmente configura um crescimento exponencial.
Crescimento Visível ou Efeito de Visibilidade?
Embora as estimativas de público mostrem um crescimento, o contexto político e social do Brasil tem levantado discussões sobre a percepção de “aumento”. Para muitos, a Parada de São Paulo tornou-se um espaço mais inclusivo, mas também mais comercializado, com uma presença cada vez maior de empresas, marcas e até influenciadores, o que pode alterar a dinâmica e a identidade do evento.
Se, por um lado, o evento parece ter conquistado mais adeptos ao longo dos anos, trazendo visibilidade e apoio da sociedade civil, por outro, surge a questão: o que realmente significa este crescimento? Seria um reflexo genuíno de apoio crescente à causa LGBT+ ou apenas um movimento voltado para o marketing e o consumo de um evento que, inicialmente, nasceu como uma forma de resistência?

Fotos: Carlos Augusto de Melo Filho
Desafios Persistentes
Apesar do enorme número de participantes, a luta por direitos ainda não foi conquistada em sua totalidade. A violência contra a comunidade LGBT+ continua em ascensão, e o preconceito persiste em diversas camadas da sociedade. Durante a Parada, grupos de ativistas destacaram a necessidade de mais políticas públicas voltadas à proteção de pessoas trans, além de um combate eficaz ao discurso de ódio que segue em alta nas redes sociais e nas esferas políticas.
“Não podemos apenas celebrar, precisamos continuar a luta por igualdade e respeito. O crescimento da Parada é importante, mas o trabalho de base precisa avançar”, afirma Lucas Martins, ativista e integrante da ONG “Vidas Trans”.
Resultados
A Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo em 2025 teve, sem dúvida, um impacto significativo, não pelo número de participantes, mas pela visibilidade conquistada para questões cruciais da comunidade LGBT+.

Fotos: Carlos Augusto de Melo Filho
No entanto, a questão sobre o crescimento real em números e o impacto dessa visibilidade no cotidiano desta população segue sendo um tema de debate. O evento continua sendo uma importante vitrine para a diversidade, mas também um lembrete dos desafios contínuos para a construção de uma sociedade mais igualitária e sem preconceitos.
Análise da Parada do Orgulho LGBT+ 2025: Segurança e Menor Comparecimento
O jornalista e fotógrafo freelancer Carlos Augusto de Melo Filho, que esteve presente na Parada do Orgulho LGBT+ deste ano, compartilhou algumas observações importantes sobre o evento. Ele destacou que, em termos de organização e segurança, a parada foi um sucesso, com avaliação “nota mil”. Os pontos de revista foram eficazes, garantindo que todos os participantes fossem revistados antes de adentrar a Avenida Paulista.

Fotos: Carlos Augusto de Melo Filho
No entanto, uma mudança notável foi a redução no número de participantes em comparação aos anos anteriores. Os trios elétricos, que antes chegavam a 30, este ano foram reduzidos a apenas 14, o que reflete essa diminuição na frequência. Além disso, o consumo de maconha durante o evento foi um fenômeno crescente, se tornando mais visível do que nos anos passados.
A pergunta que fica: houve realmente diminuição na quantidade de pessoas ou é apenas uma mudança no perfil dos participantes?