AnúncioAnúncio

Cultura

São Paulo

Morre Francisco Cuoco, ícone da dramaturgia brasileira, aos 91 anos

O ator, conhecido por papéis marcantes nas novelas da TV Globo, faleceu após complicações de saúde e deixa um legado de personagens inesquecíveis na televisão brasileira.


Francisco Cuoco com os filhos Rodrigo e Diogo — Foto: Reprodução/Instagram Francisco Cuoco

O ator Francisco Cuoco, um dos maiores ícones da dramaturgia brasileira, faleceu aos 91 anos nesta quinta-feira, 19 de junho de 2025. Cuoco foi um dos galãs mais amados da televisão brasileira, com uma carreira de sucesso que abrangeu mais de cinco décadas. Ele ficou marcado por papéis inesquecíveis em novelas como Pecado Capital, O Astro, Selva de Pedra, e O Sétimo Sentido, sendo uma figura central da TV Globo entre as décadas de 1960 e 1990.

Últimos Momentos

Francisco Cuoco estava internado há cerca de 20 dias no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, devido a complicações de saúde decorrentes de sua idade avançada. Embora a causa exata de sua morte não tenha sido revelada, fontes informaram que o ator estava tratando um ferimento que infeccionou. A informação foi confirmada pela sua família ao jornal Folha de S. Paulo.

Continua depois da Publicidade

De Feirante a Galã da TV

Natural de São Paulo, Cuoco nasceu em uma família humilde, filho do imigrante italiano Leopoldo, feirante, e da dona de casa Antonieta. Durante a infância, ele trabalhava com o pai na feira, mas seu sonho era se tornar advogado. O interesse pela arte de atuar surgiu ainda jovem, ao observar as apresentações de circos mambembes em frente à sua casa no bairro do Brás. Seu amor pela interpretação o levou a abandonar o Direito e a ingressar na Escola de Arte Dramática de São Paulo.

Francisco Cuoco e Renata Sorrah em ‘Assim na Terra Como no Céu’, em, 1970 — Foto: Reprodução/Instagram Francisco Cuoco

Cuoco se tornou um nome de destaque no teatro, passando pelo Teatro Brasileiro de Comédia e Teatro dos Sete, até conquistar o seu espaço na televisão, onde estreou no Grande Teatro Tupi nos anos 1960. Seu talento foi reconhecido em várias novelas de sucesso, consolidando-se como um dos principais nomes da teledramaturgia brasileira.

Carreira e Legado

Entre os papéis mais notáveis de Cuoco estão Roque Santeiro em 1975, Carlão de Pecado Capital (1975) e o protagonista de Selva de Pedra (1972). Durante sua trajetória, ele também foi destaque em novelas como Marcados Pelo Amor (1964), Redenção (1966) e O Outro (1987), entre outros sucessos.

No cinema, Cuoco atuou em filmes como Grande Sertão (1968), Traição (1998), e Cafundó (2005). Sua última participação no teatro foi na peça Real Beleza em 2015.

Apesar da diminuição de papéis principais nos últimos anos, Cuoco se manteve ativo na televisão, com participações em novelas como Cobras & Lagartos (2008), Passione (2010) e Sol Nascente (2016). Seus últimos trabalhos foram participações em produções como Salve-se Quem Puder (2020) e No Corre (2023).

Francisco Cuoco como Victor Amadeu em ‘Duas Vidas’, novela de 1976 — Foto: Acervo/Globo

Vida Pessoal e Fase Final

Cuoco deixa três filhos: Tatiana, Rodrigo e Diogo, e netos. Nos últimos anos, enfrentou desafios pessoais, incluindo um diagnóstico de depressão durante a pandemia de Covid-19. Ele compartilhou em entrevista que a ajuda de seus filhos foi fundamental para sua recuperação, e que sentia um desejo de retornar às telinhas.

O ator também enfrentou um processo de paternidade movido por um modelo, mas o exame de DNA provou que não havia vínculo biológico.

Com sua morte, a televisão brasileira perde um dos maiores nomes da sua história, mas o legado de Francisco Cuoco continuará vivo nas memórias de suas inúmeras personagens e no carinho de seus fãs.

Francisco Cuoco (no centro) com Fernanda Montenegro, Nathalia Timberg e Sergio Brito na peça ‘A Maratona de Éfeso’, em 1957 — Foto: Reprodução/Instagram Francisco Cuoco

Famosos lamentam sua morte

Diversos artistas lamentaram a partida de Cuoco, recordando seu talento e sua importância para a história da TV brasileira. O ator deixa um vasto legado artístico e será sempre lembrado como um dos grandes galãs da história da dramaturgia nacional.